Fechamento SBN22 (31/mai): 19,40 c/lb (-21 pts)
Viés do dia: Misto
Suporte: 19,39/ 19,27/ 19,00/ 18,75
Resistência: 19,55 e 19,91
Neste momento SBN22: 19,31 (-0,09 pts)
No último pregão do mês de maio, o açúcar terminou o dia cotado em 19,40 c/lb na tela julho em NY, queda diária de 21 pontos e leve alta em relação aos 19,15 c/lb registrados no fechamento de abril.
O mercado segue sob influências mistas. Do lado altista temos trade flow ainda apertado diante do atraso de safra do Centro Sul e mix mais alcooleiro e ainda preocupações e dúvidas com relação ao tamanho da safra. A situação de aperto é maior para o açúcar branco, como podemos ver no comportamento do diferencial Londres-NY, que atingiu US$ 145,40/ton considerando os contratos mais próximos, também influenciado pela alta do custo de energia para o refino. No mercado interno preços do cristal e do refinado ainda encontram suporte, com prêmios fortalecidos refletindo oferta ainda restrita.
Pelo lado baixista, destacamos o bom desempenho da safra indiana e a queda do etanol, que já teve negócios pontuais abaixo dos R$ 3,70/l em algumas regiões de SP (NY de 19,91 c/lb). E poderemos ver novas quedas, especialmente se for aprovado no Senado o projeto de lei que limitaria o ICMS dos combustíveis a 17%, e traria a paridade com o NY para abaixo dos 18 c/lb. A previsão é de votação da proposta no plenário do Senado até o fim de junho.
Por fim destacamos a elevada volatilidade do mercado de petróleo. A valorização provocada pela retomada da China e pelo provável embargo europeu ao petróleo e derivados russos, que levou o Brent a ser negociado na máxima da terça-feira a US$ 125,28/barril, foi interrompida diante de movimentação dentro da OPEP, para remoção da Rússia da OPEP+. Essa ação poderia deixar a Arábia Saudita e Emirados Árabes mais à vontade para aumentarem sua produção. Nesta manhã o petróleo volta a subir refletindo os fundamentos apertados, mas mais uma vez o açúcar não acompanha, operando em leve queda no momento.
Câmbio
Fechamento (31/mai): 4,7542 (+0,02%)
Viés do dia: Misto/Altista
Suporte: 4,68
Resistência: 4,82
Dollar Index: 101,933 (+0,16%)
Em dia agitado pelas quedas de braço na formação da PTAX de fim de mês, o dólar fechou praticamente estável após chegar a romper o piso psicológico dos R$ 4,70 nas mínimas do dia. Após chegar a acumular alta de quase 5% no primeiro terço do mês, a divisa americana adotou trajetória de queda frente ao real, muito atrelada a seu desempenho global nas últimas sessões, e encerrou maio com -3,83% de variação mensal, no melhor desempenho da moeda brasileira frente ao par americano neste mês desde 2009. Ajudando a dar força ao real, ainda tivemos a divulgação da taxa de desemprego brasileira no menor nível desde 2016, à 10,5%, número que começa a apontar para desemprego de 1 digito no segundo semestre.
Historicamente, Junho é um mês de fortalecimento do real por conta das movimentações na balança comercial. Por outro lado, entramos no mês com a maioria dos principais bancos centrais já adotando (ou pelo menos indicando) alta de seus juros, o que pode sufocar a economia global; nesse sentido, o próximo dia 15 será crucial, com decisões do FOMC e do COPOM agendadas. Além disso, a tendência é de que a eleição presidencial entre cada vez mais nos radares dos investidores, trazendo mais volatilidade cambial ao longo do mês.
Hoje também se inicia o chamado Quantitative Tightening (QT: momento em que o FED deve começar a iniciar o enxugamento de seu balanço de títulos), o que deve começar uma redução gradual de liquidez dos mercados, o que pode levar à uma fuga de capital para ativos “Porto Seguro” como o dólar, especialmente se a instituição indicar agir de forma ativa no mercado, isto é, passar a vender títulos para recolher dólares em circulação na economia, apertando ainda mais a oferta do ativo.
Na primeira sessão do último mês do primeiro semestre, bolsas asiáticas encerraram sem viés definido, padrão que é seguido pelos índices europeus. Isso, somado ao fato que o DXY abre em alta, indica cautela dos agentes frente ao primeiro QT desde 2018, dessa vez em magnitude duas vezes superior àquela ocasião, e pode favorecer a divisa americana ao longo da sessão.
Fonte: StoneX