Fechamento SBV22 (31/08): 17,89 c/lb (-21 pts)
Viés do dia: Misto
Suporte: 17,77
Resistência: 18,14
Cotação neste momento: 17.95 (+ 6 pts)
O açúcar deu continuidade ao movimento de queda nessa quarta-feira, retraindo em meio ao contexto macro negativo, mas pressionado também pela perspectiva de mix mais açucareiro no CS-BR (em meio à possibilidade de melhora do TCH, conforme reportado na terça-feira). Assim o contrato de outubro voltou a trabalhar novamente abaixo do suporte de 18,00 c/lb, recuando mais 21 pontos na última sessão.
Comentários vindos de oficiais em Maharashtra sugerem que o Estado está analisando um pedido para iniciar a colheita de 2022/23 em 1º de outubro, ao invés de 1º de novembro, tendo em vista a perspectiva de mais uma safra cheia na região, diante das boas chuvas de monções. A antecipação do início da safra indiana poderia vir a contribuir com maior oferta de açúcar no mercado internacional, aliviando o trade-flow até o final do ano.
Porém, o volume total das exportações indianas para a safra 22/23 ainda não está claro. Números extraoficiais sugerem que o país deve liberar licenças para a exportação de 5 MMt, podendo ampliar em mais 3 MMt (totalizando 8 MMt de exportação na temporada), a depender da evolução da colheita e demanda no mercado interno.
Aqui no CS-BR, a vantagem do açúcar em relação ao etanol (com espaço para novas reduções no preço da gasolina, que está 15% acima da paridade internacional) e recuperação do TCH da safra brasileira, contribuem para a recuperação prevista na produção de açúcar dessa temporada.
Iniciado o mês de setembro, as atenções vão se voltar para o spread entre as telas de outubro e março à medida que os participantes começarem a traçar estratégias para sair e ou rolar suas posições para frente. O fortalecimento do V-H ao longo de junho até agosto, bem como dos prêmios de exportação e line-ups em Santos, refletiu o aperto no trade-flow e deslocamento da demanda internacional para o Brasil. Nos últimos 3 dias, observamos 3 recuos consecutivos do spread, recuando de 0,25 pontos para 0,12, no fechamento de ontem.
Câmbio
Fechamento (31/ago): 5,1848 (+1,22%)
Viés do dia: Misto
Suporte: 5,09
Resistência: 5,24
Dollar Index: 109,059 (+0,33%)
Na última sessão do mês de agosto, o dólar emendou sua segunda sessão de alta, recuperando-se de suas perdas vistas desde o dia 22 de agosto (-2,73%) e encerrando muito próximo à MM200d (5,1847). A valorização da moeda estadunidense, que também foi vista frente seus pares a medida que o DXY escalou novamente além dos 109 pontos, refletiu um exterior maior de cautela em conjunto com uma sessão de depreciação de grande parte das commodities exportadas pelo Brasil, impactando sensivelmente o mercado nacional. No mais, a divulgação do CPI da Zona do Euro além das expectativas também contribuiu com menor propensão ao risco dentre investidores, pressionando o real e seus pares na sessão.
Nos EUA serão reportados os Pedidos Iniciais por Seguro Desemprego (9h30), Produtividade do Setor Não Agrícola (9h30), PMI Industrial (10h45) e, ao final da tarde, o discurso de Bostic (16h30). Os índices, apesar de projetados em linha com seus números anteriores, podem promover cautela nos investidores até suas divulgações, visto que dados positivos quanto à economia devem reforçar a ideia de novos aumentos extraordinários nas taxas de juros americanas. Isso, somado ao discurso de Bolstic – membro do FOMC com postura notoriamente hawkish – devem refletir nos mercados de divisas como um todo, podendo trazer suporte ao dólar decorrer da sessão.
Na Europa, a madrugada de hoje foi palco da divulgação do PMI Industrial Alemão e do Reino Unido, ambos ligeiramente acima do projetado, bem como PMI da Zona do Euro, em linha com as projeções. Apesar de atender as expectativas do mercado, as divulgações abaixo dos 50 pontos reforçam a ideia de retração do setor industrial europeu, o que pode reforçar o refúgio dos investidores nas moedas principais e pressionar emergentes na sessão. Além disso, a taxa de desemprego de julho da Zona do Euro também foi vista em linha com as projeções em 6,6%, com o indicador mostrando o menor patamar desde o início da série histórica apesar das economias não demonstrarem recuperação. No mais, mercados asiáticos encerraram em baixa, movimento também seguido por futuros americanos e índices europeus na manhã de hoje.
Fonte: StoneX