Fechamento SBV22 (02/ago): 17,69 c/lb (+9 pts)
Viés do dia: Misto/Altista
Suporte: 17,36 / 17,20
Resistência: 17,80 / 17,89
Neste momento SBV22: 17,66 c/lb (-3 pts)
Os futuros do açúcar ensaiaram queda na manhã desta terça-feira, influenciados pelo cenário externo de aversão ao risco, reforçado com o aumento das tensões políticas entre EUA e China, após a visita de Nancy Pelosi a Taiwan. Porém, assim como no dia anterior, a commodity encontrou suporte e força compradora voltou ao mercado, fazendo os preços terminarem o dia no campo positivo.
Os fundos parecem pouco dispostos a operarem com grande posição vendida em meio a fundamentos ainda apertados até o momento, refletidos no mercado físico brasileiro (exportações em alta, prêmios fortalecidos, preços domésticos resilientes...). Nesta quarta-feira os futuros operam em leve queda, mas ainda podendo manter o suporte dos últimos dias nesses fundamentos.
No que tange ao etanol, os estados discutem a operacionalização da concessão dos créditos de ICMS a produtores e distribuidores de hidratado, conforme previsto na PEC dos Auxílios recentemente aprovada no Congresso. O repasse federal totalizará R$ 3,8 bi, rateados pela participação de cada estado no consumo nacional em 2021. Assim o maior consumidor SP terá crédito de R$ 1,918 bi, o que em teoria poderia dar espaço para um ICMS de hidratado zerado no estado por aproximadamente 8 meses.
A implementação destes repasses poderá amenizar boa parte da perda de competitividade decorrente das mudanças tributárias dos combustíveis. Em SP, por exemplo, a redução a zero do ICMS do hidratado poderia trazer queda de até 7 p.p. na paridade nas bombas. Ainda assim, enxergamos espaço limitado para valorização do biocombustível nos próximos meses e na entressafra por causa de dois principais fatores: (i) preços mais baixos da gasolina e (ii) baixa participação do hidratado no Otto até o momento e necessidade de aumento desta participação até o final da safra.
Câmbio
Fechamento (02/ago): 5,2797 (+1,81%)
Viés do dia: Altista
Suporte: 5,23 e 5,19
Resistência: 5,29 e 5,35
Dollar Index: 105,995 (-0,10%)
Em uma sessão ao melhor estilo “banho de sangue” nos mercados globais, ativos de risco performaram mal nesta terça-feira. No mercado de divisas, o dólar teve alta frente à seus principais pares desenvolvidos (com o DXY fechando em +0,86%) e emergentes, em especial frente ao real, que teve o pior desempenho das moedas, em dia tenso por conta da visita da Speaker Nancy Pelosi à Taiwan, além de comentários hawkish de membros do Fomc.
A visita da Presidente da Câmara dos EUA à Taiwan, Nancy Pelosi (Dem), passou ao mundo a noção de que o país não aceitaria a violação da soberania da pequena nação asiática pela China, fato que irritou profundamente a cúpula em Pequim, que vê a ilha como uma província rebelde, e não como um país independente. O fato é que, após a deputada já ter deixado Taipei, nenhum incidente militar ocorreu, ficando rusgas apenas no campo diplomático sino-americano, que ainda podem repercutir no mercado; comercialmente, a China suspendeu importações de frutas e peixes de Formosa, e proibiu as exportações de areia natural para Taiwan.
Tecnicamente, a cotação do dólar voltou a romper para cima a importante marca da média móvel de 200 dias que temos comentado recentemente, que estava logo abaixo dos R$ 5,23. Após tê-lo rompido na última quinta-feira, o dólar operou apenas duas sessões completas abaixo desta marca, voltando a buscar níveis acima da MM ontem, que agora passa a ser o suporte primário do mercado. Caso esse suporte não seja rompido novamente, podemos ver a consolidação de uma tendência de alta no curto prazo.
Hoje, o dia é de expectativa pela decisão da taxa Selic. As opções de Copom encerraram ontem mostrando chance de 89% de uma alta de 0,50 pp na taxa básica de juros, já amplamente precificado no câmbio; o mercado agora aguarda o tom dos comunicados da instituição, que caso confirmem as suspeitas de ajuste final nos juros, pode abrir ainda mais espaço para alta do dólar frente ao real.
Fonte: StoneX