Fechamento SBH22 (05/out): 19,69 c/lb (-28 pts)
Viés do dia: Misto
Suporte: 19,40
Resistência: 20,12
Neste momento SBH22: 19,76 (+7 pts)
Ontem, os futuros do demerara encerraram o dia com quedas mais expressivas nas telas mais próximos, com o contrato contínuo Mar'22 voltando a fechar abaixo dos 20 c/lb após queda de 1,84%. Tal movimento ocorre na esteira de notícias positivas quanto à produção do hemisfério norte e depreciação do real ante o dólar, apesar de fortalecimento das cotações do petróleo, cuja variedade Brent opera próximo dos US$ 82/barril.
A lateralidade das cotações dentro do canal de 19,40 - 20,40 c/lb ainda é observada, com cotações podendo testar o limite inferior, à medida que a safra no hemisfério norte caminha para ser maior e o clima no CS para a entressafra mais em linha com a normalidade, ambos fatores resultando em um déficit menor no balanço de O&D para o ciclo 21/22 (Out-Set). Neste sentido, a produção da Europa deve alcançar cerca de 17,2 MMT (+11,9% frebte a 20/21), ao passo que a USDA também prevê alta de 11% da produção do Paquistão para 6,7 MMT, o que deve transformá-lo em um exportator líquido nesta safra.
Por outro lado, chamamos a atenção para o mercado de energia, que oferece suporte às cotações de etanol e açúcar. Na reunião de ontem da OPEP, havia a possibilidade do cartel anunciar a ampliação do aumento de produção progamado para novembro para além dos 400 mil barris por dia, dado a crise energética sentida em todo o mundo, que deve elevar o consumo de óleo combustível para aquecimento e geração elétria, mas o aumento da produção permaceu nos 400 mil barris, suportando cotações. Neste cenário, preços do etanol tendem a ter maior liquidez acima dos R$ 4,00/L. Para tanto, o mercado aguarda se a Petrobras repassará o aumento das cotações internacionais na gasolina A, já que haveria espaço para uma alta de até 40 centavos.
Câmbio
Fechamento USDBRL (04/out): R$ 5,4553 (+1,69%)
Viés do dia: Misto/Baixista
Suporte: R$ 5,39
Resistência: R$ 5,50
Dollar Index: 93,925 (+0,15%)
Em dia de queda do dólar index, a divisa brasileira apresentou o pior desempenho dentre todas as moedas emergentes. O real depreciou 1,69% frente ao dólar, com o maior fechamento registrado desde abril.
No Brasil, o IBOVESPA teve queda de 2,5% em dia de aumento da projeção da inflação pelo Focus, riscos fiscais e questões sobre os possíveis impactos na agenda econômica governamental, após a divulgação dos investimentos em um paraíso fiscal do Ministro da Economia, Paulo Guedes. O risco fiscal agora também é afetado pelo projeto de lei de crédito suplementar de R$ 164 bilhões que será tramitado no dia de hoje e pode trazer certa cautela para a sessão.
No exterior, o recuo do dólar index ocorre em meio a preocupações com os sinais inflacionários nos EUA, além de perspectivas otimistas na zona do euro, com indicações de crescimento no terceiro trimestre. Nos EUA, James Bullard, um dos dirigentes do FED, alertou sobre os riscos do aumento e da extensão da inflação no país, apontando para as questões de choque na oferta e a disposição das empresas em transferirem os custos aos consumidores. Além disso, a crise energética global, a desaceleração da economia chinesa e os sinais de inflação nos EUA e na Europa apontam dúvidas para o crescimento no próximo ano, gerando um cenário de aversão ao risco.
Hoje, o mercado acionário de Estados Unidos e Europa amanhecem com leve avanço nas principais bolsas. Além disso, o discurso de Lagarde pode trazer novos indícios sobre a economia europeia; nos EUA, a divulgação do PMI pode dar mais sinais sobre a postura da política monetária do FED nos próximos meses. Já no Brasil, a divulgação da produção industrial pode impactar o mercado interno. Após dia de forte alta para o câmbio, um ambiente mais ameno poderá motivar uma correção da taxa na sessão de hoje.
Fonte: StoneX