Fechamento SBN22 (07/06): 18,97 c/lb (-59 pts)
Viés do dia: Baixista
Suporte: 18,50
Resistência: 19,20
Neste momento SBN22: 18,91 (-6 pts)
A terça-feira foi marcada por queda forte do açúcar na bolsa, com rompimento de importantes média móveis. Em NY, a tela de julho rompeu os 19,00 c/lb e terminou o dia cotada em 18,97 c/lb.
Responsável pela queda é a intenção do governo federal brasileiro de diminuir o preço dos combustíveis através da redução de impostos, que seria mais intensa no caso da gasolina do que do etanol, piorando a competitividade do hidratado nas bombas.
Além do Projeto de Lei que tramita no Senado e que pode limitar o ICMS dos combustíveis a no máximo 17%, o governo federal também elabora PEC que prevê repasse a estados que zerarem até dezembro o ICMS do diesel e do gás de cozinha. Como contrapartida o time de Bolsonaro promoveria a redução dos impostos federais sobre a gasolina e o etanol (PIS Cofins e Cide, no caso da gasolina).
Com base nestas mudanças, elaboramos cenários para a paridades nas bombas. A paridade atual em SP está em 69,1% e considerando que a queda recente do etanol chegue às bombas a mesma iria para 67,6%. No caso de limitação do ICMS a 17% a paridade subiria para 72,8% e adicionalmente iria para 76,9% no caso de redução dos tributos federais. Para garantir a paridade de 67,6% (tudo mais constante), o etanol na usina precisaria cair R$ 0,37/L no caso de limitação do ICMS e R$ 0,75/L caso também sejam reduzidos os tributos federais. A paridade do hidratado com o açúcar que hoje está em 19,57 c/lb, poderia cair para 15,95 c/lb no cenário mais extremo.
Buscando uma compensação ao setor, o relator da PEC dos combustíveis prometeu apresentar amanhã uma PEC do etanol, visando manter sua competitividade via manutenção da atual proporção do ICMS entre etanol e gasolina.
O futuro dos preços do etanol e do açúcar dependerá da evolução destas medidas, que poderão ter definição já nas próximas semanas.
Nesta manhã, o açúcar continua seu movimento de queda, potencializado pela revisão da estimativa de produção da Índia para a safra atual por parte da ISMA, de 35 para 36 MMT. Diante deste aumento, a Associação solicitou a liberação de mais 1 MMT para exportação, além do limite de 10 MMT estabelecido.
Câmbio
Fechamento (07/jun): 4,8742 (+1,64%)
Viés do dia: Altista/Misto
Suporte: 4,79
Resistência: 4,93 e 4,97
Dollar Index: 102,475 (+0,15%)
Frente à um cenário externo inicialmente mais propenso à aversão ao risco, e impulsionado por fortes incertezas no âmbito fiscal interno, o dólar rompeu importantes resistências frente ao real, chegando a apreciar mais de R$ 0,13 na primeira metade da sessão. Eventualmente durante a tarde, quando o DXY virou para o campo negativo, parte dos ganhos contra a divisa brasileira foram devolvidos, mais ainda assim o par americano fechou na maior cotação desde o último dia 19 de maio.
A forte onda de pessimismo sobre o real se deu pelos temores de que a renúncia fiscal da União possa ser alta demais com as tentativas de conter a alta nos preços dos combustíveis e acabe prejudicando de forma irreversível o orçamento de 2022. Na segunda-feira, o governo anunciou a proposta de zerar tributos federais (PIS/Cofins e Cide) sobre combustíveis m em troca da aprovação do PLP 18, que impõe teto de 17% sobre o ICMS destes.
Caso aprovada, se compensaria as UFs através de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). As medidas seriam válidas até o final deste ano, e jogam luz sobre outras dúvidas relativas à responsabilidade fiscal em plena corrida presidencial. Este tema deve continuar no radar dos agentes hoje, com a previsão da apresentação do parecer do relator da PEC, o líder do governo Senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) nesta quarta. O senador está otimista quanto à aprovação dos projetos e prevê a votação do chamado “pacote dos combustíveis” no senado já na próxima semana.
Hoje, bolsas asiáticas operaram em sua maioria em alta, após dados decepcionantes do PIB do Japão passarem a visão de que o país tomará medidas de estímulo à sua economia; índices europeus operam sem sinal definido. O Dollar Index opera em correção à leve queda do fim da sessão de ontem, podendo indicar nova sessão de fragilidade do Real a depender dos desdobramentos das propostas supracitadas.
Fonte: StoneX