Fechamento SBV22 (07/09): 18,05 c/lb (+7 pts)
Viés do dia: Misto
Suporte: 17,92 / 17,68
Resistência: 18,20 / 18,61
Neste momento: 17,93 (-12 pts)
Em dia de feriado no Brasil, a negociação do açúcar em NY foi de volume acima da média na última quarta-feira. Com 234 mil lotes negociados ao longo do board, o açúcar chegou a trabalhar com +34 pontos - marcando a máxima em 18,34 c/lb – antes de devolver os ganhos para encerrar o dia aos 18,05 c/lb (+7 pontos).
Além da resiliência observada durante o dia, o spread V-H aumentou a inversão em +5 pontos, chegando a +23 pontos. Com pouco mais de 15 sessões até a expiração da tela V (outubro), momento no qual normalmente os estoques brasileiros estão mais altos, caso essa inversão se mantenha até a entrega – ou seja, a tela de outubro trabalhando com um prêmio em relação à de março – teremos mais uma confirmação de que o trade-flow está de fato mais restrito no curto prazo. Até que os volumes excedentes previstos de Índia, Tailândia e CS-BR (23/24) entrem no mercado, o açúcar deve seguir encontrando suporte.
Parte desse aperto se deve ao atraso da safra do CS-BR, bem como a moagem mais baixa na primeira quinzena de agosto. Porém, a demanda atualmente também pesa para agravar esse desequilíbrio. Dados recentes das exportações brasileiras de açúcar em agosto mostram que o país exportou 3,03 MMt de açúcar no mês, 5,8% acima do exportado em julho e 19,2% acima no comparativo anual. No acumulado do ano, as exportações seguem ainda 12,2% mais baixas em relação ao acumulado em 2021 até agosto.
O mercado de energia segue trabalhando com elevada volatilidade, com o fechamento nas linhas de abastecimento de gás russo para a Europa, o corte marginal de produção de petróleo pela OPEP+, a política de Covid Zero na China e a perspectiva de elevação de juros globalmente exercendo influência sobre os preços - resultante desses vetores o petróleo registra perdas de 7,5% em setembro até o fechamento de ontem. De acordo com as estimativas da StoneX há espaço para redução ainda de -5,7% no preço da gasolina pela Petrobras.
Câmbio
Fechamento (06/set): 5,2512 (+1,88%)
Viés do dia: misto
Suporte: 5,17
Resistência: 5,29
Dollar Index: 109,696 (-0,13%)
Em uma sessão sem negociações contra o real devido ao feriado de Independência do Brasil, o dólar voltou a se fortalecer no cenário internacional, levando o Dollar Index a operar além dos 110 pontos no início do pregão de ontem. O movimento, no entanto, logo cedeu após comentários de dirigentes econômicos europeus indicarem a possibilidade de um novo aumento mais agressivo na taxa de juros do bloco, com expectativas de que a decisão leve a taxa aos 1,25% ainda hoje.
Na sessão de hoje, ainda que deva contar com a divulgação de Pedidos Iniciais por Seguro Desemprego (9h30) e comentários do presidente do Fed Jerome Powell (10h10), ambos nos EUA, deverão ficar à sombra das decisões na União Europeia, antecipada pelo mercado nos últimos dias. Dentre as divulgações, teremos de início a Declaração de Política Monetária, a Taxa de Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez e a própria Decisão da Taxa de Juros do Bloco (9h15), seguindo com o discurso de Christine Lagarde (11h15). Tais eventos, ocorrendo ainda no início da sessão brasileira, devem atrair capital ao velho continente, retirando suporte do dólar e, possivelmente, abrindo espaço para uma escalada do real no decorrer da sessão.
Mesmo com as negociações de dólar fechadas em decorrência do feriado, ontem o dia foi marcado por manifestações pró governo Bolsonaro e comentários de outros presidenciáveis em grande parte do território nacional. Ainda que as manifestações e a própria eleição tenham tido caráter majoritariamente pacífico, reflexos da polarização política ainda poderão ter reflexos nas negociações cambiais, elevando a volatilidade do real. No mais, a sessão de hoje também será palco da divulgação do IPCA de agosto (21h17), possivelmente retirando suporte o real no caso da melhoria do índice.
Hoje, mercados europeus e futuros americanos operam mistos, refletindo o mesmo cenário visto ao fechamento dos índices asiáticos. O movimento novamente é visto como reflexo da antecipação dos investidores para com a grande quantidade de indicadores econômicos e decisões monetárias na Europa durante a sessão de hoje. O interesse na decisão tem ganhado força à medida que a inflação na região é projetada para superar os 10% no próximo mês, com a percepção de risco dos agentes tendo aumentado significativamente nos últimos dias, o que também prejudicou emergentes como o real brasileiro devido ao menor apetite por risco no cenário internacional.
Fonte: StoneX