Fechamento SBV21 (20/set): 18,86 c/lb (-32 pts)
Viés do dia: Altista
Suporte: 18,70
Resistência: 19,42
Neste momento SBV21: 19,05 (+19 pts)
Na segunda-feira, os futuros do demerara registraram perdas ao longo de toda a curva futura, com a tela Mar'22 fechando em 19,59 c/lb (-27 pts), após testar a mínima de 19,49 c/lb. O movimento foi guiado por um cenário macro avesso ao risco, dado cautela na expectativa de mudança de postura do Fed na reunião do FOMC essa semana e temores com os efeitos do possível calote da empresa chinesa Evergrande no sistema financeiro internacional. A falha em romper o suporte de 19,50 c/lb, somada a indicações de que usinas indianas atrasam a contratação de novos volumes de exportação por conta de preços no mercado interno mais elevados (denotando uma paridade de exportação de 21 c/lb), sustentam o mercado na abertura de hoje.
Para além disso, chamamos a atenção para 2 fatores que podem ser suporte para a correção de hoje: i) As probabilidades de ocorrência de La Niña no verão são bastante semelhantes ao cenário previsto um ano atrás: ao redor de 80% e de intensidade moderada, trazendo novamente riscos de chuvas insuficientes nos próximos meses. ii) O n° de contratos em aberto em Out'21 de 105.411 - 12.772 lotes a mais do que um ano antes - cuja entrega foi recorde (2,6 MMT). Além disso, os prêmios de exportação do VHP saíram de -0,43 c/lb para +0,04 c/lb em apenas uma semana em Santos, o que, à 1a vista, sinaliza uma demanda mais forte de curto prazo, num possível movimento de antecipação do consumo para uma entressafra mais longa no CS.
Por outro lado, um maior número de contratos em aberto no Out’21 pode ser um movimento dos specs de postergação da rolagem de posições para tentar obter um spread menor, já que a inversão do mercado em Out'21-Mar'22 está em 73 pts e o n° de contratos em aberto na tela de Mar é 31.555 lotes menor do que um ano antes. Enquanto o fortalecimento dos prêmios no Porto pode ser, em parte, uma compensação da queda de 39 pts do NY#11 na última semana. Com isso, é importante acompanhar a evolução destes indicadores nos próximos dias.
Câmbio
Fechamento (20/set): R$ 5,3245 (+0,67%)
Viés do dia: Baixista
Suporte: R$ 5,25
Resistência: R$ 5,37
Dollar Index: 93,130 (-0,13%)
A sessão de ontem foi marcada por forte aversão ao risco em todo o mundo, fato evidenciado pela alta de 23,55% no índice de volatilidade VIX. Bolsas americanas caíram ao redor de 2%, enquanto o Ibovespa cedeu 2,33%. O câmbio também refletiu esse cenário e o dólar alcançou a máxima intradiária de R$ 5,3756, fechando com alta um pouco mais contida de 0,67% ante o real.
O movimento se explica pelo temor dos agentes para um possível efeito cascata no sistema financeiro internacional de um calote da empresa chinesa de construção civil Evergrande, que deve mais de US$ 300 bi. Entretanto, é necessário pontuar alguns fatores: 2/3 da dívida são de credores chineses e alguma reestruturação da dívida por parte de bancos públicos da China é provável, tendo em vista a possibilidade do país entrar em recessão econômica logo após a crise da Covid-19, dado o aumento da incerteza que o calote poderia desencadear. Fato é, que mesmo que ocorra um socorro, a economia chinesa demostra sinais de fraqueza, com o crescimento das vendas de varejo e crédito nas mínimas desde meados dos anos 2000, excluindo-se 2020. Com isso, o crescimento econômico mundial se vê ameaçado, oferecendo uma pressão altista sobre o par real/dólar.
No mais, a semana é de cautela por conta das decisões de taxa de juros no Brasil e nos EUA amanhã. O cenário de riscos mundial poderia adiar uma decisão de diminuir a compra de ativos pelo FED para novembro, o que seria baixista para o dólar, ao passo que a decisão do Bacen no Brasil pode estar condicionada à decisão nos EUA. Hoje, espera-se uma alta de 1 p.p. da Selic, com uma probalidade de 90% registrada nas opções de Copom.
Hoje, mercados corrigem parcialmente as quedas de ontem, o que pode oferecer certo alívio ao real. Também devem ficar no radar, conversas entre os presidentes da Câmara e Senado com o ministro da economia para uma resolução sobre os precatórios.
Fonte: StoneX