Fechamento SBV21 (23/set): 19,49 c/lb (+16 pts)
Viés do dia: Misto/Baixista
Suporte: 19,16
Resistência: 19,63
Neste momento SBV21: 19,34 (-15 pts)
Na quinta-feira, o tom construtivo das cotações permaneceu na ICE-NY, com o contrato Mar'22 do demerara consolidando-se acima do patamar de 20 c/lb ao auferir alta de 22 pts e fechar em 20,29 c/lb. Tal movimento levou a uma nova desvalorização do spread Out'21-Mar'22 para -0,80 c/lb, o menor patamar de fechamento desde o início da negociação das telas.
Tal cenário cria uma certa limitante para altas mais consistentes do açúcar, levando a uma correção de preços na manhã de hoje, à medida que o movimento evidencia uma demanda ainda enfraquecida, com um spread que diminui a atratividade da entrega contra o Out'21. Outros sinais de menor demanda também são indicados pelo movimento do n° de contratos em aberto na 1a tela, que caíram para 80.560 lotes (12,4 mil menor do que um ano antes) e pelo alcance da máxima de 12 anos do índice de frete seco do Báltico.
Por um lado, o mercado segue suportado por perspectivas de chuva no Centro-Sul apontando para um volume ainda insuficiente, dúvidas sobre a atratividade das exportações indianas a preços abaixo dos 21 c/lb, dado preços fortalecidos no mercado interno, e um cenário macro com perspectivas de forte crescimento econômico até 2022 levando cotações do Petróleo Brent para patamares acima de US$ 77/barril, o que também limita esse movimento de correção.
Referente ao etanol, destacamos um mercado bastante parado nos últimos dias, à medida que usinas mantêm pedidas acima dos R$ 4,00 para ambas as variedades. Vale monitorar o n° de usinas que vão encerrar suas atividades nas próximas quinzenas, o que poderia oferecer mais suporte ao mercado, ao passo que não observados volumes com especificação ANP nos EUA além do que já foi contratado. Evidentemente, caso cotações ganhem força, poderia haver o incentivo econômico para a sua produção e consequente importação pelo Brasil, o que tende a evitar altas muito acentuadas das cotações na entressafra.
Câmbio
Fechamento (23/set): R$ 5,3033 (+0,25%)
Viés do dia: Misto
Suporte: R$ 5,20
Resistência: R$ 5,35
Dollar Index: 93,245 (+0,24%)
O dólar abriu a quinta-feira em queda, puxado pelo ambiente mais favorável nos mercados internacionais, mas encerrou com alta moderada ante o real, com o bom humor ofuscado pelo cenário doméstico.
No exterior, o apetite ao risco foi fomentado, em primeiro lugar, pelo comentário não tão agressivo do Fed – ainda que mais hawkish do que vinha sendo observado – em conjunto com a divulgação de dados mais fracos da economia americana, com os PMIs abaixo do esperado e pedidos por seguro desemprego quase 30 mil acima do previsto. Ainda, notícias positivas quanto à empresa chinesa Evergrande contribuíram para a dinâmica: o banco central Chinês anunciou a injeção de US$ 18,6 bilhões de dólares no sistema financeiro, atenuando preocupações quanto sua possível insolvência.
Todavia, o ambiente interno agiu no sentido contrário e levou o real a apresentar um dos piores desempenhos do dia. Pesou sobre o câmbio o fato de o governo avaliar o risco de pressões no orçamento devido ao Auxílio Brasil caso a reforma do IR e a PEC dos precatórios fracassem. A acentuada percepção de risco fiscal e sinais de que o ritmo de aperto monetário não será acelerado pelo BC limitaram a valorização da divisa brasileira.
Hoje, bolsas ao redor do mundo amanhecem com recuos moderados e o dollar index avança levemente, o que pode indicar certa retomada da cautela. O discurso de Powell, presidente do Fed, hoje às 11h, deve estar no radar, apesar de uma mudança de tom em relação a quarta-feira não ser esperada.
Fonte: StoneX