Ainda sob a sombra do “containergeddon” – que levou a uma queda de 32,3% nos despachos de açúcar por contêineres em 2021 –, as vendas por esta modalidade tiveram uma nova retração em 2022. O movimento não representa uma surpresa, já que as usinas brasileiras mantiveram altos volumes de açúcar bruto com preço fixado ao longo da temporada. Além disso, a Índia e outros países asiáticos que apostam mais fortemente no produto refinado registraram recordes de produção.
Normalmente vinculada a negócios de maior valor agregado, a exportação de açúcar por contêiner costuma representar uma parcela pequena dos negócios brasileiros, uma vez que as usinas têm preferência pelos envios a granel, feitos por porão de navio, em detrimento das vendas do produto ensacado. Ainda assim, esta fatia vem decaindo consideravelmente nos últimos anos.
Em 2017, as comercializações por contêiner atingiram seu ápice, conforme dados da agência marítima Williams Brasil. Naquele ano, foram enviadas 2,98 milhões de toneladas, equivalentes a 10,7% do total.
Em 2021, por sua vez, a participação caiu para 6,9%, com os despachos totalizando 1,85 milhão de toneladas.
Mantendo essa tendência de retração, as exportações na modalidade somaram 1,55 milhão de toneladas no ano passado. O volume equivale a 5,7% do envio total de açúcar contabilizado pela Williams em 2022, além de representar uma queda anual de 16,3%.
Ainda de acordo com os dados apresentados, 131 empresas realizaram despachos de açúcar via contêineres em 2022. Entretanto, apenas quatro companhias ultrapassaram a marca de 100 mil toneladas: Bazan, do grupo de mesmo nome; Santa Fé, da Itaquerê; Bela Vista, também do grupo Bazan; e Nardini Agroindustrial. No total, 23 despacharam volumes acima de 10 mil toneladas.
Fonte: NovaCana