O contrato de maio fechou em 19,72 c/lb em sua última seção. Foram entregues 1,67 Mt, um aumento de 73% em relação à média de oito anos, sendo o Brasil o maior fornecedor.
O contrato futuro de julho não conseguiu atingir os níveis de preços de maio devido aos altos volumes de entrega e ao sentimento de risco macroeconômico mais amplo, com a força do dólar, quedas nos mercados acionários e quedas nos preços das commodities.
Apesar dos relatos de que a Índia e a Tailândia enfrentam desafios em seus setores de açúcar, o impacto no mercado foi limitado devido à oferta maior do que a esperada e ao enfraquecimento da demanda, principalmente do principal importador, a China, que reduziu as importações em meio ao aumento da produção doméstica.
Como os preços caíram abaixo dos principais níveis de arbitragem de importação, a demanda diminuiu, afetando as perspectivas de recuperação dos preços do açúcar. Prevê-se que os níveis de arbitragem de importação mudarão, sinalizando potencialmente um novo suporte e uma nova faixa de preço para o açúcar, dependendo das necessidades e dos custos do mercado global.
A semana passada começou com negociações ativas antes da entrega do contrato de maio. “Na segunda-feira (29/04), a empolgação do mercado cresceu devido a rumores sobre a decisão do governo paquistanês quanto a cota de exportação, o que aumentou a complexidade, já que uma possível negação levou os preços a um momentum de leve alta, em conflito com a tendência observada na semana anterior”, diz Lívea Coda, analista de Açúcar e Etanol da Hedgepoint Global Markets.
Segundo a analista, no entanto, na terça-feira (31/04), houve uma forte correção de preços depois que a Associação das Usinas de Açúcar do Paquistão refutou os relatos sobre a recusa da cota de exportação do governo para 23/24. Juntamente com esses rumores, o mercado já esperava uma entrega robusta, com, pelo menos 1 Mt, sendo entregue.
“Consequentemente, o açúcar bruto não teve o suporte esperado por alguns traders. No final, um total de 1,67 Mt foram entregues, um aumento de 73% em relação à média de oito anos, com o Brasil sendo o maior fornecedor”, observa.
O contrato de julho não conseguiu atingir os níveis de preços observados no vencimento de maio, provavelmente devido ao alto volume entregue e a uma deterioração do sentimento de risco macroeconômico. O dólar se fortaleceu entre terça (30/04) e quarta-feira (01/05), os mercados acionários caíram e quase todas as commodities tiveram quedas significativas em seus preços.
De acordo com Lívea, “apesar de relatórios recentes sugerirem que a safra indiana de 23/24 pode ficar aquém da estimativa da ISMA (Associação Indiana de Usinas de Açúcar) de 34 Mt, especialmente com a redução das atividades de moagem, e apesar de a Tailândia ter passado por uma forte onda de calor, os preços do açúcar não conseguiram se recuperar”.
“Por que essas notícias não afetaram o mercado tanto quanto o esperado? Um dos principais motivos é que a oferta continua maior do que o previsto. Embora a produção de açúcar da Índia possa ficar aquém da estimativa de 34 Mt da ISMA, a produção real alcançada até agora representa uma melhora significativa em comparação com a expectativa do mercado de menos de 29 Mt no final de agosto de 2023”, aponta.
Com relação à temporada 24/25, o aumento dos estoques finais e a previsão de chuvas de monções acima da média podem aumentar ainda mais a disponibilidade de açúcar na Índia e permitir exportações, adicionando ao sentimento de baixa.
“Enquanto isso, a moagem final da Tailândia para a temporada superou as expectativas, atingindo 8,8 Mt. Com relação à próxima temporada, apesar dos relatos de temperaturas excepcionalmente altas, espera-se que a cana da Tailândia resista a essas condições com fornecimento suficiente de água”, diz.
O Departamento de Meteorologia da Tailândia prevê uma precipitação reduzida em maio, mas prevê uma quantidade robusta de chuvas em junho e julho, contribuindo positivamente para a recuperação esperada da safra 24/25. Do outro lado da equação, a demanda parece estar mais fraca.
Um dos maiores importadores, a China, foi o principal motivo pelo qual o açúcar bruto encontrou apoio no 1T-24. A redução de seus preços abaixo do nível de arbitragem de importação das regiões não produtoras do país, de 20,5 c/lb, provocou compras.
“Entretanto, tendo importado mais de 3 Mt desde o início de sua safra, em outubro de 2023, é natural que seu apetite por importações diminua à medida que sua produção doméstica aumente. Por exemplo, em março, a alfândega do país informou que apenas 10 kt entraram no país, o que não foi surpreendente, dada a sazonalidade”, destaca.
Recentemente, os preços caíram abaixo da arbitragem dos estados não produtores, e nenhum movimento de compra relevante foi observado. Isso sugere uma redução na demanda, um dos principais motivos pelos quais os preços do açúcar têm encontrado dificuldades para se recuperar.
“Nesse contexto, prevê-se que o nível de arbitragem de importação convergirá dos estados não produtores (20 c/lb) para os estados produtores (18 c/lb). É importante observar que o nível de 18 c/lb é menor do que a paridade de exportação indiana, o que sugere que o açúcar pode estar entrando em um novo nível de suporte e faixa de preço. Se o mercado global realmente precisar do açúcar indiano daqui para frente, então o mercado precisará cobrir seus custos e prêmio, mantendo os preços do açúcar acima de 19 c/lb”, analisa.
Em resumo, o contrato de julho não conseguiu atingir os níveis de preços de maio devido ao alto volume de entrega e ao sentimento de risco macro mais amplo, com a força do dólar, quedas nos mercados acionários e quedas nos preços das commodities.
Apesar dos relatos de que a Índia e a Tailândia enfrentam desafios em seus setores açucareiros, o impacto no mercado foi limitado devido à oferta maior do que a esperada e ao enfraquecimento da demanda, principalmente do principal importador, a China, que diminuiu as importações em meio ao aumento da produção doméstica.
Como os preços caíram abaixo dos principais níveis de arbitragem de importação, a demanda diminuiu, afetando as perspectivas de recuperação dos preços do açúcar. Prevê-se que os níveis de arbitragem de importação mudarão, sinalizando potencialmente um novo suporte e uma nova faixa de preço para o açúcar, dependendo das necessidades e dos custos do mercado global.
Fonte: Notícias Agrícolas