Os preços do açúcar na sexta-feira recuaram pelo segundo dia e registraram mínimas de 2 meses. Uma grande entrega para liquidar o contrato de açúcar de março em NY, que expirou na quinta-feira, reduziu os preços com uma entrega de 1,3 milhão de toneladas, a segunda maior entrega de um contrato de março. Uma entrega grande normalmente é um sinal de baixa para os preços, pois sinaliza dificuldade em encontrar demanda.
O contrato do açúcar bruto com vencimento em maio recuou 0,6 centavo de dólar, ou 2,8%, indo a 21,09 centavos de dólar por libra-peso, após atingir seu nível mais baixo desde o início de janeiro, a 20,96 centavos de dólar por libra-peso. O contrato do açúcar branco com vencimento em maio caiu 2%, para US$ 602,60 por tonelada.
Outro ponto negativo para os preços do açúcar é um aumento significativo na produção de açúcar no Brasil. Na terça-feira, a Unica informou que a produção de açúcar do Centro-Sul do Brasil aumentou 1.051% na primeira quinzena de fevereiro para 27 mil toneladas e que a produção de açúcar na safra 2023/24 até meados de fevereiro aumentou 25,6% para 42.158 milhões de toneladas. Enquanto isso, mais cana-de-açúcar está sendo moída para produção de açúcar do que para etanol, já que 49,04% da cana foi moída na safra 2023/24 até meados de fevereiro para produção de açúcar, em comparação com 45,95% no ano passado.
Apesar de a ISO (Organização Internacional do Açúcar) ter mais que dobrado sua estimativa de déficit global de açúcar para 2023/24 para 689 mil toneladas em relação à estimativa de novembro, que era de 335 mil t, de acordo a trader de commodities Wilmar, com sede em Cingapura, em entrevista à Reuters, as safras de açúcar na Índia e na Tailândia parecem melhores do que o esperado nas fases finais da colheita da cana-de-açúcar, o que pode impactar nos preços do adoçante nos próximos dias.
Fonte: RPA News
(Com informações da Barchart e Reuters)