Os contratos futuros do açúcar bruto negociados na ICE avançaram 5,2% nesta quinta-feira, atingindo o maior nível em mais de três anos e meio, à medida que fundos mantêm o apetite por commodities, especialmente aquelas com oferta apertada, como o adoçante.
Açucar
O contrato março do açúcar bruto fechou em alta de 5,2%, a 16,67 centavos de dólar por libra-peso, mais alto patamar desde 19 de abril de 2017.
Há conversas no mercado indicando compras contínuas da Indonésia, com Austrália, Índia e Brasil sendo citados como origens, enquanto investidores do mercado financeiro ampliam posições compradas na commodity.
Alguns analistas, porém, não acreditam que o rali seja totalmente justificado.
“A razão é a atividade dos fundos, eu não vejo fundamentos suficientes para o rali. Não há vendas do Brasil para março, então o contrato (spot) sobe livremente”, disse Arnaldo Correa, consultor de hedge de usinas brasileiras.
O açúcar branco para março avançou 4%, para 464,40 dólares a tonelada, maior nível desde maio de 2017.”O açúcar branco, refinado, tem recebido impulso da virtual ausência da Tailândia e da União Europeia no mercado de exportação”, disse uma corretora norte-americana.
Há também relatos de escassez de contêineres, o que poderia atrasar algumas entregas de açúcar branco.
Café
O contrato março do café arábica fechou em alta de 2,1 centavos de dólar, ou 1,7%, a 1,2735 dólar por libra-peso, após registrar ganho de 3,2% na quarta-feira.
O arábica está obtendo suporte da valorização do real no Brasil, fator que reduz os preços de commodities negociadas em dólar nos termos da moeda local e pode restringir as vendas por produtores.
Os cafeicultores brasileiros estão segurando vendas, aguardando por preços melhores, segundo a consultoria Safras & Mercado.
Há poucas evidências de que os esforços das maiores torrefadoras e tradings de café do mundo para prevenir abusos de direitos humanos e ambientais estejam tendo um impacto, com a maioria dos agricultores sendo incapaz de produzir de forma sustentável, disse o relatório The Coffee Barometer.
O café robusta para março fechou praticamente estável, a 1.332 dólares a tonelada.
O Vietnã, maior produtor de robusta do mundo, tem registrado pouca atividade no mercado devido à demanda fraca e à escassez de contêineres.
Fonte: Reuters