As cotações futuras do açúcar subiram mais de 1% nesta sessão de quarta-feira (23) nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado no outubro/21 voltou a ficar acima dos US$ 17 c/lb, após quedas recentes, com suporte por ajuste de posições, ganhos do petróleo e atenção ao Brasil.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York registrou valorização de 1,61%, cotado a US$ 17,01 c/lb nesta sessão, com máxima de 17,14 c/lb e mínima de 16,81 c/lb. Enquanto que o tipo branco em Londres teve ganhos de 1,17%, negociado a US$ 423,60 a tonelada.
O mercado do adoçante em Nova York registrou queda de quase 2% na sessão anterior acompanhando temores com a demanda pela commodity e sinais de alteração no mix de algumas usinas. Com isso, ajustes de posições passaram a ser registrados desde as primeiras horas desta quarta.
"O açúcar, mesmo frente essa grande corrente migratória do fluxo de capital de derivativos para títulos de renda fixa, ainda tem subido. Primeiro, por conta da valorização do real frente ao dólar e o petróleo em alta", pontua Maurício Muruci, analista da Safras & Mercado.
O mercado também segue monitorando a condição climática adversa no Brasil, apesar das chuvas recentes em parte do cinturão produtivo. Segundo a fornecedora de informações de commodities Barchart, na véspera, a Somar Meteorologia viu chuvas escassas na última semana para a cana.
Nas oscilações do financeiro, durante a maior parte da sessão no dia, apesar da força dos futuros do petróleo WTI e o Brent no mercado externo, o dólar avançava sobre o real brasileiro, o que tende a encorajar as exportações, mas pesa aos preços das commodities.
"A força do petróleo bruto beneficia os preços do etanol e pode levar as usinas de açúcar do Brasil a desviar mais a moagem da cana para a produção de etanol em vez da produção de açúcar, reduzindo o fornecimento de açúcar.
A moagem segue em curso no Brasil. A S&P Global Platts divulgou as estimativas médias do mercado para a produção na 1ª quinzena de junho, com açúcar em 2,47 milhões de toneladas (-3,4% ano a ano) e etanol da cana-de-açúcar em 1,78 bilhão de litros (+0,3 ao ano).
A União da Indústria de Cana-?de-Açúcar (UNICA) deve divulgar seus números oficiais de produção nos próximos dias.
Mercado interno
Depois de queda na segunda, o indicador Cepea para o adoçante no Brasil voltou a subir. Como referência, na véspera, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve alta de 1,54%, cotado a R$ 115,99 a saca de 50 kg.
No Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, a R$ 132,65 a saca, segundo dados levantados pela consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB cotado a US$ 17,28 c/lb com queda de 2,07%.
Fonte: Notícias Agrícolas