Em Alagoas, o período entre o final e o começo de uma nova safra de cana-de-açúcar normalmente vai de cinco a seis meses. Mas a mais recente entressafra do setor no estado, marcando o final do ciclo 2022/23 e o início de 2023/24, deve ser a menor da história com apenas três meses e sete dias.
A primeira usina a entrar em operação no novo ciclo em Alagoas foi a Santo Antônio, localizada em São Luiz do Quitunde, na região norte do estado. A moagem na indústria começou no dia 25 de agosto e deve se estender até março ou abril do próximo ano.
A expectativa na Santo Antônio é esmagar 2,09 milhões de toneladas de cana, um crescimento de 1,8% na comparação com o ciclo anterior, quando foram processadas 2,05 milhões de toneladas de cana.
Apesar de pequeno, o crescimento da Santo Antônio, deve ser um dos maiores do estado. De acordo com estimativa do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool do Estado de Alagoas (Sindaçúcar-AL), o estado deve moer 20,9 milhões de toneladas, com um pequeno crescimento de 0,1% na comparação com a safra anterior, quando foram esmagadas 20,87 milhões de toneladas.
A oscilação próxima de uma estabilidade é considerada positiva pelo setor. Afinal, a safra 2022/23 foi a maior em oito anos, dentro de uma fase de retomada. A produção de cana chegou a “despencar” para 13,7 milhões de toneladas, a menor da história, na safra 2016/17.
“Graças a investimentos realizados no canavial e a política de equalização fiscal do estado de Alagoas, conseguimos recuperar a produção. Nosso objetivo é continuar crescendo até atingir os patamares históricos de 25 milhões de toneladas”, aponta o presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira.
Para o presidente da Associação dos Plantadores de Cana do Estado de Alagoas (Asplana), Edgar Antunes, a expectativa no ciclo 2023/24 é repetir a moagem anterior, a exemplo do que prevê o Sindaçúcar-AL.
“A tendência é de que a gente não aumente a safra que já que tivemos ano passado, um período atípico de muitas chuvas. Com isso, não conseguimos fazer a moagem no tempo correto. A safra foi finalizada, praticamente, no mês de maio. Com isso, a cana está muito curta no campo”, afirmou Antunes.
A estabilidade é considerada positiva pelo Sindaçúcar-AL. “Teremos um ciclo com boa produção e as nossas expectativas agora se voltam para o mercado. Acreditamos que poderemos ter um período positivo, especialmente para a comercialização do açúcar”, explica o presidente do Sindaçúcar-AL.
De acordo com um levantamento técnico apresentada pelo Sindaçúcar-AL, do total de cana a ser moída nesta safra, mais de 12,2 milhões deverão ser de produzidas pelas próprias usinas e mais de 7,7 milhões virão de fornecedores, além de 910 mil de outras fontes.
Das 15 unidades industriais do estado, oito informaram que deverão ter aumento na quantidade de cana beneficiada, variando de 0,1% a 78%.
O levantamento, que foi realizado junto as usinas, informa ainda que deverão ser produzidas mais de 1,6 milhão de toneladas de açúcar, sendo mais de 1,2 milhão do tipo VHP e 407 mil do cristal. De acordo com os cálculos, face a produção da moagem passada, que superou 1,5 milhão de toneladas de açúcar, é esperada uma variação de crescimento de 8,4%.
O Sindaçúcar-AL informou ainda a expectativa de serem produzidos, neste novo ciclo, mais de 506 milhões de litros de etanol. Deste total, quase 303 milhões de litros serão do tipo anidro e mais de 203 milhões do hidratado. Isso representa um crescimento de 4,1% ante 2022/23, quando a produção foi superior a 486 milhões de litros.
A exceção da usina Santo Antônio, que abriu o ciclo, todas as demais unidades industriais devem iniciar a moagem neste mês de setembro. A expectativa é que a safra 2023/24 deva perdurar pelo período médio de seis meses, sendo finalizada até março do ano que vem.
Fonte: GazetaWeb
Extraído de NovaCana