A primavera começa neste sábado (23) às 3h50 e termina no dia 22 de dezembro, à 0h27. A tendência da estação é de temperaturas acima da média em praticamente todo o Brasil, com máximas passando de 40 ºC com frequência, principalmente no Matopiba, centro-norte de Mato Grosso e região Norte.
No Sul e no Sudeste, as temperaturas ficam levemente acima da média, devendo atingir máximas de 34 ºC/35 ºC no decorrer do trimestre.
Chuvas na primavera
Espera-se uma primavera chuvosa na região Sul, com volumes que podem ultrapassar 400 mm no Rio Grande do Sul, ao longo dos próximos 30 dias. Isso potencializa a chance de novos episódios de alagamentos no estado. Em Santa Catarina e no Paraná, esperam-se chuvas mais moderadas.
No Sudeste, as chuvas devem ficar dentro da média climatológica em São Paulo, Rio de Janeiro e sul de Minas Gerais e do Espírito Santo. O centro-norte mineiro e capixaba podem ter chuvas abaixo da média. Isso se deve ao fato de que o El Niño em andamento dificulta a formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que costuma levar chuvas para o sudeste e centro-oeste no final da primavera e
durante o verão.
No Centro-Oeste, as chuvas devem ficar acima da média no extremo sul de Mato Grosso do Sul, dentro da média no restante do estado, sul de Goiás e extremo-sul de Mato Grosso. As demais áreas mato-grossenses e o norte goiano terão chuvas abaixo da média.
Tanto na região Norte quanto no Nordeste, as chuvas ficam abaixo da média, o que é característico do fenômeno El Niño.
El Niño
No Oceano Pacífico Equatorial, as médias mensais da área de referência para definição do evento El Niño mostram valores de anomalias de temperatura da superfície do mar maiores que 0,5 °C desde junho de 2023. Isso indica condições de El Niño.
Esse cenário vem persistindo nos últimos três meses, com oscilações nos valores dessas anomalias variando entre 1,1 °C e 1,6 ºC. Dessa forma, permanecem na categoria de classificação moderada do fenômeno El Niño, podendo se intensificar chegando à categoria forte no decorrer da primavera/início de verão.
Impactos no agro
Devido ao forte calor e à baixa umidade nas principais áreas produtoras de soja (Centro-Oeste e Matopiba), o produtor deve enfrentar problemas na cultura. O forte calor prejudica a semeadura, deixando o solo cada vez mais ressecado, problema que deve atingir as lavouras de primeira safra
em geral (como milho).
As pastagens também devem ser prejudicadas, devido à falta de umidade neste período de rebrota, com risco para focos de incêndio.
Para evitar o estresse térmico das criações, produtores com gado em confinamento, granjas de aves e suínos e gado leiteiro devem ter atenção redobrada com o sistema de refrigeração e ventilação de ar. Se isso não for feito, pode haver queda de produtividade e mortalidade, pois altas temperaturas fazem com que os animais se alimentem com menor frequência.
Na região Sul, o período mais quente e úmido pode favorecer o surgimento de doenças fúngicas, tanto nas lavouras como também nas granjas com mais frequência, inclusive em locais de armazenamento de ração.
É comum na primavera a ocorrência de tempo severo, o que inclui rajadas de ventos intensas, queda de granizo e chuva volumosa. Isso tudo pode ser potencializado devido ao El Niño. Assim, é importante o produtor ficar atento às previsões de temporais principalmente, em especial no Rio Grande do Sul.
Fonte: Canal Rural