Ata do Copom: Intensificação do ritmo de cortes de juros é pouco provável

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Ata do Copom: Intensificação do ritmo de cortes de juros é pouco provável

26/09/2023

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central julga como pouco provável uma intensificação adicional do ritmo de cortes de juros, uma vez que isso exigiria surpresas positivas substanciais que elevassem ainda mais a confiança na dinâmica desinflacionária à frente. A afirmação está na Ata da última reunião do colegiado, realizada no dia 20 e que decidiu por um novo corte de 50 pontos-base na taxa Selic, que foi reduzida para 12,75% ao ano.

 

Segundo o documento, essa confiança viria apenas com uma alteração significativa dos fundamentos da dinâmica da inflação, tais como uma reancoragem mais sólida das expectativas, uma abertura contundente do hiato do produto ou uma dinâmica “substancialmente mais benigna do que a esperada da inflação de serviços”.

 

O ritmo de 0,50 ponto percentual foi considerado pelos diretores do BC como apropriado nas próximas reuniões para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário.

 

“Tal ritmo conjuga, de um lado, o firme compromisso com a reancoragem de expectativas e a dinâmica desinflacionária e, de outro, o ajuste no nível de aperto monetário em termos reais diante da dinâmica mais benigna da inflação antecipada nas projeções do cenário de referência”, diz o texto da Ata.

 

Segundo o documento, foi avaliada ainda que não há evidência de que esteja em curso um aperto além do que seria necessário para a convergência da inflação para a meta e que o cenário ainda inspira cautela, reforçando a visão de serenidade e moderação que o Comitê tem expressado.

 

Preocupação com o fiscal
Sobre as expectativas de inflação, o Copom considera que, após apresentarem reancoragem parcial, elas seguem sendo um fator de preocupação. “O Comitê seguiu avaliando que, entre as possibilidades que justificariam observarmos expectativas de inflação acima da meta estariam as preocupações no âmbito fiscal, receios com a desinflação global e a possível percepção, por parte de analistas, de que o Copom, ao longo do tempo, poderia se tornar mais leniente no combate à inflação”, diz o texto.

 

“Desse modo, o Comitê avalia que a redução das expectativas virá por meio de uma atuação firme, em consonância com o objetivo de fortalecer a credibilidade e a reputação tanto das instituições como dos arcabouços econômicos.”

 

Para o Comitê, parte da incerteza observada nos mercados, com elevação de prêmios de risco e da inflação implícita, estava anteriormente mais em torno do desenho final do arcabouço fiscal e atualmente se refere mais à execução das medidas de receita e despesas compatíveis com o arcabouço e o atingimento das metas fiscais.

 

“Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reforça a importância da firme persecução dessas metas.”

 

O Copom ressalta que, em seus cenários para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções. Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se uma maior persistência das pressões inflacionárias globais e uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado.

 

Entre os riscos de baixa, foram destacadas a desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.

 

 

Fonte: InfoMoney

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