Uma alta generalizada no mercado de criptomoedas levou o Bitcoin a ultrapassar brevemente sua máxima de 2022 e atingir US$ 47.524 na madrugada de hoje. Às 7h20, a criptomoeda recua para US$ 47.123, acumulando alta de 5,7% nas últimas 24 horas. O Ethereum (ETH) aperta um pouco mais o ritmo e sobe 6,1% em relação ao mesmo horário ontem, para US$ 3.334.
Após subir seis dias consecutivos, o Bitcoin alcançou valorização de cerca de 12% na última semana, acompanhando um movimento mais amplo de avanço de preço em ativos globais. Segundo a QCP Capital, no entanto, o bom desempenho da criptomoeda também está ligado às compras contínuas pelo tesouro do projeto Terra (LUNA).
“Um fluxo de compra notável nesta semana foi a compra de US$ 125 milhões de BTC pela Luna Foundation Guard (LFG). Esta compra faz parte do plano para acumular sistematicamente um total de US$ 3 bilhões em BTC como reserva para a [stablecoin] Terra USD (UST)”, escreveu a QCP.
Outro motivo por trás da alta seria também , além do aparente otimismo de investidores em relação ao apetite do mercado em meio à continuidade da guerra na Ucrânia, e aos seguidos anúncios de aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed).
Para Joe DiPasquale, CEO da gestora de fundos BitBull Capital, o Bitcoin “mostrou resiliência” após o primeiro aumento de juros em décadas nos EUA. Em termos de análise técnica, DiPasquale apontou que os volumes de negociação estão aumentando, e que compradores estão tentando transformar uma linha de resistência (zona com muito interesse de venda) em suporte (zona com muito interesse de compra).
“O Bitcoin rompeu as médias móveis exponenciais semanais de 8, 21, 40 e 55 em uma só semana!”, ressalta o trader e investidor Vinícius Terranova. “Este tipo de movimento mostra uma clara reversão de tendência. Apesar do mercado ser cheio de surpresas, acredito que este é o início da retomada da tendência de alta do mercado”, avalia.
Analistas da Transfero também apontam que o interesse por opções de compra (call) aumentou consideravelmente em relação ao número de opções de venda (puts). “Isso é um sinal de que os investidores estão confiantes no movimento de alta para os próximos dias”, afirmou a empresa em nota.
Para o analista técnico Daniel Kukan, da empresa suíça de trading Crypto Finance AG, o padrão gráfico do Bitcoin aponta para uma possível disparada para a região dos US$ 53 mil.
Boa parte dos especialistas, no entanto, ainda recomendam cautela, reforçando a necessidade de observar os movimentos nos próximos dias para definir se a recuperação veio para ficar.
DiPasquale diz que o BTC precisa ficar acima de uma linha de tendência de baixa (formada no gráfico de preços) para não correr o risco de cair novamente. “Os participantes do mercado já estão começando a ficar otimistas e o índice de medo e ganância está neutro, mas os touros de Bitcoin ainda vão querer ver o preço se consolidando acima de US$ 46 mil para continuar a comprar”.
A Transfero alerta também para falsos rompimentos de tendência. “Isso já foi visto três vezes nesse mesmo ponto”, disse o time de análise da empresa. Lennard Neo, chefe de pesquisa da Stack Funds, afirmou que a alta atual dá mais confiança de que uma reversão está acontecendo, mas segue cauteloso dado que o movimento foi impulsionado pelo mercado de ações”.
Em outras palavras, a criptomoeda ainda não está dissociada das ações, portanto um novo movimento de aversão ao risco poderia derrubar os preços do Bitcoin e demais criptos novamente.
Para quem ainda não está comprado em Bitcoin, Terranova recomenda aguardar se esta semana o preço vai se estabelecer acima do fechamento da última semana, de US$ 46.900.
Um dos possíveis catalisadores de volatilidade é o vencimento de opções trimestrais, na próxima sexta-feira (1).
No entanto, as criptos menores, conhecidas como altcoins, ignoram essa incerteza e atraem investidores em busca de lucro mais avantajado. Nesta manhã, nenhuma criptomoeda entre as 100 principais apresenta quedas, e diversas registram alta de dois dígitos.
Algumas sobem mais de 20%, caso de Filecoin (FIL), Holo (HOT) e Ziliqa (ZIL), que avançam entre 27% e 22%.
Fonte: InfoMoney