Em meio à expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) mantenha o patamar atual dos juros no país, o Bitcoin (BTC) se sustenta na faixa de preço dos US$ 27 mil desde ontem, algo que não era visto desde o final de agosto.
Por volta das 7h40 desta terça-feira (19), a principal criptomoeda do mercado opera em alta de 0,30%, a US$ 27.173. As altcoins seguem para os dois lados, com a Solana (SOL) entregando ganhos de 2,6% e o BNB (BNB) perda de 0,5%.
“Depois de uma luta prolongada pelo apoio psicológico de US$ 25 mil, o Bitcoin conseguiu se manter estável. Os traders agora buscarão obter lucros um pouco acima de US$ 30 mil”, disse Mati Greenspan, CEO da Quantum Economics, para a Bloomberg.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), órgão do Fed, divulga na quarta-feira (20), às 15h (horário de Brasília), se mantém o patamar atual dos juros nos EUA, que oscila entre 5,25% e 5,50% ao ano. De acordo com a ferramenta CME FedWatch, 99% dos agentes do mercado apostam nesse cenário.
A manutenção ou a queda dos juros tende a aumentar o fascínio por ativos de risco, como as criptomoedas. Em contrapartida, taxas altas atraem investidores para os títulos do Tesouro americano, as famosas Treasuries, que em julho atingiram a maior alta em 42 anos por causa do ciclo recente de aperto monetário no país.
Apesar da leve alta do Bitcoin e de algumas altcoins, alguns analistas questionam o motivo da recuperação, enquanto outros dizem que o curto prazo pode ser difícil para o ativo digital líder da indústria cripto.
“Não vejo um catalisador claro para a subida”, disse Dessislava Ianeva, analista sênior de investigação da Kaiko, para a Bloomberg. “No atual ambiente de baixa liquidez, uma pressão de compra/venda relativamente baixa poderá amplificar os movimentos dos preços à vista e estimular liquidações nos mercados de derivativos.”
Já o analista gráfico Fernando Pereira, da corretora de criptomoedas Bitget, disse para o InfoMoney que o BTC tem uma das mais difíceis resistências para enfrentar nos próximos dias, que é a média móvel de 50 períodos (um rastreador de tendência de preço).
“Dentro do BTC essa média tem extrema importância devido ao grande número de robôs que são programados para comprar e vender sempre que o preço encosta nela. É por isso que temos um alto volume em todos os dias de negociação que passamos por essa média. Se conseguirmos romper essa média para cima nesta semana, faz sentido falarmos no BTC de volta a US$ 31 mil em outubro ou novembro”.
Fonte: InfoMoney