A pressão negativa no preço do Bitcoin (BTC), causada por investidores vendendo cotas do ETF (fundo de índice) à vista da criptomoeda da gestora Grayscale, pode estar próxima do fim, segundo relatório do JPMorgan divulgado na quinta-feira (25).
O GBTC, ETF da Grayscale que faz parte do lote de veículos financeiros de cripto liberados pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, em inglês) na segunda semana de janeiro, registrou US$ 4,8 bilhões de saídas nos primeiros 11 dias de negociações, com pico de US$ 641 milhões em 22 de janeiro.
O ritmo diário de retiradas, no entanto, esfriou para US$ 394 milhões em 25 de janeiro. Com a diminuição desse fluxo, o Bitcoin começou a dar sinais de recuperação, e é negociado em alta de +1,40%, a US$ 40.600, na manhã desta sexta-feira (26), segundo dados do CoinGecko.
“Concluímos que a realização de lucros do GBTC já aconteceu em grande parte”, escreveu o JPMorgan, acrescentando que “isso implicaria que a maior parte da pressão descendente sobre o Bitcoin desse canal deve estar em grande parte atrás de nós.”
Sean Farrell, estrategista-chefe de criptos da Fundstrat Global Advisors, disse em nota que viu um padrão de redução nos resgates do GBTC. “Certamente precisaremos de mais alguns dias de acompanhamento, mas uma mera desaceleração desse êxodo de ativos sob gestão serviria como um grande impulso para o mercado”.
As principais altcoins operam mistas nesta manhã. BNB Chain (BNB), Solana (SOL) e XRP (XRP) sobem, mas Ethereum (ETH) cai. Entre as criptos menores, destaque para a Conflux (CFX), que registra alta de +11% hoje.
Fluxo de dinheiro
Antes de virar ETF, o GBTC era um fundo fechado que não permitia resgates, o que causou forte deságio nas cotas. Ao ser transformado em um ETF via decisão judicial, no entanto, o produto ficou resgatável, gerando a onda de vendas por parte dos investidores.
O volume alto de saídas no produto, segundo analistas, foi um dos motivos que fizeram o Bitcoin desabar 21% desde o lançamento dos ETFs.
Do total de US$ 4,8 bilhões, cerca de US$ 3 bilhões representam realização de lucro e saíram do mercado, segundo o JPMorgan, mas o valor restante foi transferido para os outros ETFs à vista de Bitcoin liberados pelo regulador, principalmente os produtos das gestoras BlackRock e da Fidelity. Os dois foram os primeiros a conquistar cada um US$ 1 bilhão sob gestão.
De acordo com o JPMorgan, se a Grayscale não baixar a taxa cobrada dos clientes, a expectativa é que os investidores continuem trocando o fundo pelos concorrentes. Isso porque a tarifa da Grayscale é de 1,5%, a mais cara do mercado, enquanto a BlackRock cobra 0,12% nos primeiros 12 meses e a Fidelity tem taxa zerada até julho deste ano.
Fonte: InfoMoney