Os mercados mundiais amanhecem em alta nesta quinta-feira (10), com investidores à espera de inflação ao consumidor nos EUA medida pelo CPI, que pode impactar a próxima decisão de juros do Federal Reserva (Fed) em sua reunião de política monetária em setembro.
A média das projeções do mercado aponta para uma alta de 0,2% em relação a junho e de 3,3% na leitura de 12 meses. O núcleo do CPI também tende a avançar na mesma magnitude, chegando a 4,7% em 12 meses, mais que o dobro da meta de inflação do Fed, mas no menor nível desde 2021.
Por aqui, sai a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do mês de junho. O Itaú calcula que o indicador vai apresentar uma alta mensal de 0,3% e de 3,9% em relação ao mesmo período do ano passado, com destaque para o crescimento nos serviços oferecidos à família.
Na seara política, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, participa de audiência no Senado para falar de inflação e juros.
Já no radar corporativo, além da repercussão de diversos resultados da véspera, como Banco do Brasil, Minerva, Hapvida, Rede D’Or, entre outros, os investidores aguardam por mais resultados. Azul e Boa Safra divulgam seus números antes da abertura do mercado.
Já depois, do fechamento, mais de 60 companhias divulgam seus números, dentre elas B3, Cyrela, Locaweb, Sabesp, Via e Yduqs. Confira o calendário clicando aqui.
Confira os destaques:
1.Bolsas Mundiais
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA sobem nesta manhã de quinta-feira, com investidores montando posições antes da divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de julho.
Juntamente com o CPI, as reivindicações iniciais de seguro-desemprego e os ganhos por hora de julho serão divulgados nesta quinta-feira. O final da temporada de resultados continua com os resultados do Alibaba, Ralph Lauren e Six Flags.
Além disso, membros do Fed estão previstos para discursar no período da tarde.
Veja o desempenho dos mercados futuros:
Dow Jones Futuro (EUA), +0,55%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,61%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,73%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam no azul, com exceção do Kospi, da Coreia do Sul, com investidores se preparando para os dados do índice de preços ao consumidor de julho dos EUA.
No Japão, o Nikkei 225 se recuperou e subiu 0,84%, para fechar em 32.473 pontos. O país viu sua taxa de inflação no atacado de julho – que mede o preço que as empresas cobram umas das outras por bens e serviços – desacelerar para 3,6%, abaixo do valor revisado de 4,3% em junho.
O índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 0,25%, enquanto o índice da China continental se recuperou e terminou o dia em alta. O Shanghais Composite subiu 0,31%, para 3.254,56 pontos.
Já o Kospi, da Coreia do Sul, caiu 0,14%, para 2.601,56 pontos.
Shanghai SE (China), +0,31%
Nikkei (Japão), +0,84%
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,01%
Kospi (Coreia do Sul), -0,14%
ASX 200 (Austrália), +0,26%
Europa
Os mercados europeus operam em alta generalizada, com os investidores digerindo uma nova rodada de resultados corporativos, enquanto aguardam um importante indicador de inflação nos Estados Unidos que pode fornecer dicas sobre o próximo movimento de política monetária do Federal Reserve.
A temporada de balanço continua a rolar e influenciar os preços das ações. Siemens, Zurique Seguros, Thyssenkrupp, Deutsche Telekom, HelloFreshe Deliveroo estão entre os grandes nomes da quinta-feira.
FTSE 100 (Reino Unido), +0,15%
DAX (Alemanha), +0,67%
CAC 40 (França), +1,20%
FTSE MIB (Itália), +1,06%
STOXX 600, +0,61%
Commodities
Os preços do petróleo operam com alta, com o impacto positivo das fortes reduções nos estoques de combustível dos EUA e dos cortes na produção saudita e russa compensando preocupações com a economia chinesa.
As cotações da commotidy foram apoiadas por dados do governo na quarta-feira, que mostraram que os estoques de gasolina dos EUA caíram 2,7 milhões de barris na semana passada, enquanto os estoques de destilados, que incluem diesel e óleo para aquecimento, caíram 1,7 milhão de barris, em comparação com as expectativas dos analistas de que ambos se manteriam estáveis.
As cotações do minério de ferro na China voltaram a fechar no território negativo na sessão desta quinta-feira (10).
Petróleo WTI, +0,26%, a US$ 84,62 o barril
Petróleo Brent, +0,29%, a US$ 87,80 o barril
Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve baixa de 0,49%, a 714,50 iuanes, o equivalente a US$ 99,09
Bitcoin
Bitcoin, +0,11% a US$ 29.487,00 (em relação à cotação de 24 horas atrás)
2. Agenda
A agenda de hoje tem como destaque a inflação ao consumidor de julho medida pelo CPI vai ser divulgada na quinta-feira e a média das projeções do mercado aponta para uma alta de 0,2% em relação a junho e de 3,3% na leitura de 12 meses.
O núcleo do CPI também tende a avançar na mesma magnitude, chegando a 4,7% em 12 meses, mais que o dobro da meta de inflação do Fed, mas no menor nível desde 2021.
No Brasil, sai a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do mês de junho. O Itaú calcula que o indicador vai apresentar uma alta mensal de 0,3% e de 3,9% em relação ao mesmo período do ano passado, com destaque para o crescimento nos serviços oferecidos à família.
Brasil
9h: Pesquisa mensal de serviços, com projeção Refinitiv de alta mensal de 0,5% e de 4,2% na base anual
10h: Roberto Campos Neto, presidente do BC, participa de Sessão para apresentação do Relatório de Inflação e do Relatório de Estabilidade Financeira do Banco Central, no Senado Federal
EUA
9h30: Pedidos de seguro-desemprego semanal
9h30: Índice de preços ao consumidor
15h: Balanço orçamentário federal
16h: Discurso do presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic
16h: Discurso do presidente do Fed da Filadélfia, Patrick T. Harker
3. Noticiário econômico
Campos Neto participa de audiência no Senado
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, deve comparecer ao plenário do Senado do Federal nesta quinta-feira (10). A sessão está prevista para começar às 10h.
O comparecimento de Campos Neto acontece uma semana depois da decisão Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa Selic de 13,75% para 13,25%.
A reunião com o presidente do BC para apresentar relatórios sobre o semestre passado atende ao artigo 11 da Lei de Autonomia do Banco Central (Lei Complementar 179 de 2021).
4. Noticiário político
Governo Lula ‘forçosamente’ vai ter que entrar no debate da reforma administrativa, diz Lira
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), voltou a defender nesta quarta-feira, 9, a reforma administrativa e disse que o governo terá “forçosamente” que entrar na discussão da proposta até o final do ano. “A gente precisa continuar equilibrando todos os pratos”, declarou o deputado, em referência às reformas estruturais que têm sido aprovadas pelo Congresso nos últimos anos. Lira participou hoje do evento MB Experience, realizado em Brasília pela Monte Bravo Investimentos.
“A única maneira de controlar os seus gastos é com reforma administrativa. Muita gente se aperreia quando eu falo ‘Olha, a reforma administrativa está pronta’. Se tiver o apoio de todos, do empresariado, porque gera emprego, gera renda, o governo forçadamente vai ter que entrar nessa discussão até o final do ano”, declarou o presidente da Câmara, ao ser questionado sobre o pacote de medidas que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enviará ao Congresso para viabilizar o cumprimento da meta de resultado primário das contas públicas no ano que vem, prevista no novo arcabouço fiscal.
Lira voltou a dizer que a previsão é que a reforma tributária seja promulgada ainda neste ano, após a tramitação no Senado e eventual retorno à Câmara, caso os senadores façam mudanças no texto. O deputado reafirmou que a ideia é votar as leis complementares, que definirão, por exemplo, a alíquota do IVA dual, no primeiro semestre do ano que vem. O presidente da Câmara defendeu foco total na reforma tributária sobre o consumo e disse que não se pode abrir “dez flancos de briga ao mesmo tempo”, em referência à tributação da renda.
5. Radar Corporativo
Banco do Brasil (BBAS3)
O Banco do Brasil (BBAS3) reportou lucro líquido ajustado de R$ 8,8 bilhões no segundo trimestre de 2023. A cifra é 11,7% maior que a registrada no mesmo período em 2022. Comparando com os três primeiros meses deste ano, o resultado foi 2,8% superior.
O resultado veio acima do esperado. O consenso Refinitiv previa lucro líquido de R$ 8,592 bilhões no segundo trimestre.
Cogna (COGN3)
A Cogna (COGN3), grupo de educação dono da Vasta, Saber, Kroton, anunciou um lucro líquido ajustado de R$ 10,99 milhões no segundo trimestre de 2023 (2T23), revertendo um prejuízo ajustado de R$ 36,595 milhões registrados em igual período do ano passado.
Segundo a companhia, o crescimento entre trimestres é resultado da combinação de: (i) aumento de 18,4% em resultado operacional; (ii) elevação de reversões de contingênciase; (iii) melhora de 5,1% do resultado financeiro.
Com os resultados, a margem líquida ajustada cresceu 4,0 pontos percentuais (p.p.) entre o 2T22 e 2T23, de -3,2% para 0,8%.
Rede D’Or (RDOR3)
A Rede D’Or (RDOR3) registrou um lucro líquido de R$ 435,36 milhões no segundo trimestre de 2023 (2T23), um avanço de 21,5% na base de comparação anual.
Já o lucro líquido ajustado totalizou R$ 489,8 milhões no 2T23, excluindo o efeito apenas contábil da amortização do valor das carteiras assumidas em combinações de negócios, além de despesas pontuais e não recorrentes no processo de integração da SulAmérica.
Minerva Foods (BEEF3)
A Minerva Foods (BEEF3), maior exportadora de carne bovina da América do Sul, encerrou o segundo trimestre do ano com lucro líquido de R$ 120,7 milhões, com queda de 71,6% em relação ao mesmo período de 2022.
Na mesma comparação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), recuou 8,6%, para R$ 711,2 milhões, a margem Ebitda subiu de 9,2% para 9,8% e a receita líquida diminuiu 14,1%, para R$ 7,277 bilhões.
Fonte: InfoMoney