Os mercados mundiais amanhecem no campo positivo nesta segunda-feira (31), em semana marcada por dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos e resultados de big techs, além da decisão de juros no Brasil e na Inglaterra.
Na Ásia, a sessão foi de alta para os principais índices, com atividade industrial da China permanecendo em território de contração pelo quarto mês consecutivo.
O principal indicador econômico da semana é o payroll do mês de julho, que vai ser divulgado pelo Departamento de Trabalho dos EUA na sexta-feira (4). O consenso Refinitiv prevê a criação de 200 mil empregos formais no mês passado e que a taxa de desemprego, mais uma vez, tenha se mantido em 3,6%.
Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) vai decidir os rumos da política na próxima quarta-feira (2). A maioria dos agentes do mercado aposta numa redução da taxa Selic em 0,25 ponto percentual. A outra parcela fez uma aposta mais ousada, prevendo corte de 0,50.
A primeira semana de agosto no Brasil também vai ser mercada pela retomada dos trabalhos no Congresso Nacional, com o fim do recesso. Assim, voltam à pauta a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal, que depende de votação na Câmara dos Deputados para receber a sanção do presidente Lula.
A temporada de resultados contará com a divulgação balanços de peso durante a semana. Petrobras e Bradesco publicarão seus números do segundo trimestre na quinta-feira (3), após o fechamento do mercado.
1.Bolsas Mundiais
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam em ligeira alta, com investidores se preparando para uma enxurrada de dados do mercado de trabalho americano, um dos principais geradores de inflação do país.
Na seara corporativa, a temporada de balanços do trimestre encerrado em junho continua e o grande destaque fica mais uma vez com as big techs. Na quinta-feira, saem os resultados da Apple (AAPL34) e da Amazon (AMZO34), após o fechamento do mercado.
Veja o desempenho dos mercados futuros:
Dow Jones Futuro (EUA), +0,05%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,09%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,07%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam com alta, mesmo com os investidores continuando a avaliar as implicações de uma decisão surpresa do Banco do Japão na sexta-feira de permitir “maior flexibilidade” nos rendimentos dos títulos – um movimento visto como um sinal para uma eventual mudança de política.
O Banco do Japão elevou suas previsões de inflação para 2023 em seu último relatório trimestral de perspectivas, esperando que sua taxa de inflação para o ano fiscal de 2023 fique entre 2,4% e 2,7%.
Além disso, investidores locais repercutem a quarta contração consecutiva da atividade industrial da China. O índice oficial de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de manufatura atingiu 49,3 em julho, acima do valor de junho de 49,0, de acordo com o departamento nacional de estatísticas.
Shanghai SE (China), +0,46%
Nikkei (Japão), +1,26%
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,82%
Kospi (Coreia do Sul), +0,93%
ASX 200 (Austrália), +0,09%
Europa
A maioria dos mercados europeus opera com alta, com investidores digerindo uma semana pesada de resultados corporativos, enquanto aguardam pelos dados de inflação da zona do euro e pela decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês).
O mercado espera que o BoE aumente as taxas de juros em pelo menos 25 pontos-base quando se reunir na quinta-feira. A medida marcaria seu 14º aumento consecutivo, já que a inflação no Reino Unido continua alta, tendo caído apenas ligeiramente para 7,9% em junho.
FTSE 100 (Reino Unido), -0,09%
DAX (Alemanha), +0,20%
CAC 40 (França), +0,33%
FTSE MIB (Itália), +0,55%
STOXX 600, +0,06%
Commodities
Os preços do petróleo operam sem direção definida, em meio à expectativas de que a Arábia Saudita estenderá os cortes voluntários na produção até setembro e restringirá a oferta global.
Espera-se que a Arábia Saudita estenda um corte voluntário na produção de petróleo de 1 milhão de barris por dia, ou bpd, por mais um mês, incluindo setembro.
As cotações do minério de ferro na China iniciaram a semana em alta.
Petróleo WTI, +0,15%, a US$ 80,70 o barril
Petróleo Brent, -0,22%, a US$ 84,80 o barril
Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 0,54%, a 841,50 iuanes, o equivalente a US$ 117,76
Bitcoin
Bitcoin, +0,31% a US$ 29.376,60 (em relação à cotação de 24 horas atrás)
2. Agenda
A agenda da semana tem como destaque a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil. Na próxima quarta-feira (2), a maioria dos agentes do mercado acredita numa redução da Selic em 0,25 ponto percentual.
Na agenda de indicadores econômicos, o principal destaque é a produção industrial do mês de junho, dado a ser divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (1). O consenso Refinitiv aponta para uma variação mensal de 0,3%.
A balança comercial do mês de julho também vai ser divulgada na terça e a média das projeções do mercado aponta para um superávit de US$ 8,223 bilhões.
Reunião do Copom, “payroll” nos EUA, balanços de Petrobras, Bradesco e Apple: o que acompanhar na semana
Nos EUA, a maratona de dados começa na terça-feira com o relatório JOLTS, de vagas em aberto – o consenso Refinitiv prevê 9,620 milhões em junho, número levemente inferior ao registrado em maio (9,824 milhões).
A pesquisa ADP, de criação de empregos no setor privado, vai ser divulgada na quarta-feira (2) e a média da projeção de mercado aponta para 188 mil novas posições, menos da metade das 497 mil de junho – dado que surpreendeu e azedou o humor dos investidores.
Já o payroll do mês de julho vai ser apresentado pelo Departamento de Trabalho dos EUA na sexta-feira (4). O consenso Refinitiv prevê a criação que 200 mil empregos formais tenham sido criados no mês passado e que a taxa de desemprego, mais uma vez, tenha se mantido em 3,6%.
Enquanto isso, o PIB preliminar da zona do Euro no segundo trimestre vai ser divulgado já nesta segunda-feira e a previsão é que desacelera em relação ao começo do ano, confirmando o que o BCE apontou na última semana. No mesmo dia também vai ser divulgado o índice de inflação do bloco, com expectativa de moderação, ainda que os preços continuem em patamares elevados.
Brasil
8h25: Boletim Focus semanal
10h: Fernando Haddad, ministro da Fazenda, se reúne com presidentes de bancos
10h: Sondagem da Indústria da Construção de junho
10h15: Indicador de Incerteza da Economia de julho
15h30: Lançamento do novo sistema de Controle de Carga e Trânsito para o modal aéreo (CCT Importação – Aéreo)
17h: Haddad tem reunião com Li Hanguang – Presidente da XCMG Brasi
3. Noticiário econômico
Informalidade é subproduto da desaceleração econômica causada por política monetária, diz Haddad
Na defesa por juros mais baixos no País, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que apesar da queda da taxa de desemprego, a desaceleração econômica causada pela política monetária se manifesta no aumento da informalidade no mercado de trabalho. As declarações foram feitas ao jornalista Luis Nassif, em entrevista no último sábado.
Ele argumentou que os pedidos de seguro-desemprego e a informalidade aumentaram, mesmo com a queda no desemprego, que chegou a 8% no segundo trimestre, menor taxa para o período desde 2014. Já o mercado de trabalho formal registrou um saldo positivo de 157.198 postos com registro em carteira em junho, de acordo com Ministério do Trabalho, abaixo das expectativas.
O ministro voltou a falar que o orçamento é suficiente para acabar com fome e extrema pobreza no Brasil. Ele citou que é necessário, para isso, “ir atrás de quem realmente está precisando”. Para ele, isso passa pela reorganização do CadÚnico, sistema de cadastro de famílias que recebem auxílios, que está sob a gestão do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.
4. Noticiário político
Congresso retoma atividades e Zanin toma posse no STF
O Congresso Nacional retoma suas atividades nesta semana após recesso informal. Os parlamentares darão prosseguimento à tramitação da reforma tributária no Senado, comissões de investigação (CPMIs e CPIs) e são aguardados também os desdobramentos da minirreforma ministerial.
Além da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, que volta na terça-feira (1º) com o depoimento do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), outras quatro darão continuidade aos trabalhos. Só uma das comissões ainda não tem agenda oficial.
O advogado Cristiano Zanin toma posse como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) na próxima quinta-feira (3). A cerimônia terá a presença do presidente da República Lula e dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
5. Radar Corporativo
São Martinho (SMTO3)
A São Martinho (SMTO3) aprovou o pagamento de dividendos no valor de R$ 275 milhões, equivalentes a R$ 0,79393734481 por ação.
Os dividendos terão como base a posição acionária de 28 de julho de 2023 e serão pagos em 15 de agosto de 2023.
Petrobras (PETR3; PETR4)
O Conselho de Administração da Petrobras (PETR3);PETR4) informou na sexta que aprovou sua nova política de dividendos, acrescentando que ela permite recompra de ações, de acordo com documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A decisão foi tomada após reunião do Conselho de Administração nesta data.
A recompra, quando ocorrer, deverá ser realizada por meio de programa estruturado aprovado pelo Conselho de Administração, informou.
Sob a nova política, o dividendo trimestral da Petrobras estabelecido é de 45% de seu fluxo de caixa livre, abaixo dos atuais 60%, isso quando a dívida bruta da empresa estiver abaixo de US$ 65 bilhões (como consta no atual plano estratégico em vigor da estatal). Contudo, o número é acima dos 40% projetados pelos analistas de mercado.
Fonte: InfoMoney