Os índices futuros de ações dos Estados Unidos operam em baixa na manhã desta quinta-feira (6), depois de cair no pregão regular e interromper um rali de dois dias, enquanto os mercados asiáticos fecharam sem direção definida.
Investidores continuam monitorando os dados econômicos para ver se a inflação está esfriando ou se os aumentos das taxas do Federal Reserve (Fed) estão empurrando a economia americana para mais perto de uma recessão.
Dados da ADP mostraram que o mercado de trabalho se manteve forte em setembro, quando as empresas privadas criaram 208 mil empregos, superando o consenso Refinitiv de 200 mil empregos. Na sexta-feira, o relatório de emprego de setembro do Bureau of Labor Statistics será divulgado, fornecendo ao Fed e aos investidores outro dado.
Após Raphael Bostic, do Federal Reserve de Atlanta, afirmar ontem (5) que a luta contra a inflação ainda está ‘nos primeiros dias’, mais dirigentes do Fed têm falas previstas para hoje. Além disso, investidores esperam pelos números de auxílio-desemprego semanal, com previsão Refinitiv de 203 mil solicitações.
Já as bolsas da Europa operam mistas após abrirem em alta na sessão desta quinta-feira, com mercados globais tentando se recuperar da volatilidade recente.
Ata da última reunião do Banco Central Europeu está prevista para às 8h30 (horário de Brasília) e deve reiterar um discurso duro em relação ao combate a inflação. Na reunião realizada no início de setembro, a instituição subiu a taxa de juros na Zona do Euro para 1,25%.
No Brasil, a agenda de indicadores é fraca, com a divulgação do Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) de setembro, às 8h, que deve apresentar nova deflação. Investidores ainda estarão de olho nas pesquisas eleitorais para o segundo turno da eleição presidencial.
1.Bolsas Mundiais
Estados Unidos
Após o início de mês positivo perder o ímpeto, os índices futuros de Nova York operam em baixa nesta manhã de quinta-feira (6), véspera do payroll, que trazer mais sinalizações se desaceleração do mercado de trabalho está realmente acontecendo.
A narrativa de um Federal Reserve com atuação menos contracionista parece ficar em segundo plano enquanto investidores procuram por novas evidências de desaceleração na economia dos EUA.
A taxa do Tesouro dos EUA de 10 anos atingiu 3,7%, subindo de 3,6% no dia anterior.
Veja o desempenho dos mercados futuros:
Dow Jones Futuro (EUA), -0,21%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,26%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,28%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam sem direção definida no pregão de hoje, depois que o rali de dois dias de Wall Street perdeu ímpeto e a Opep + concordou em cortar 2 milhões de barris por dia em produção para sustentar os preços do petróleo.
O Nikkei, do Japão, subiu 0,7%, para 27.311,30, enquanto o Kospi, na Coreia do Sul, subiu 1,02% para 2.237,86.
Enquanto isso, o índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,38%, após subir cerca de 6% na quarta-feira.
Os mercados da China continental continuam fechados para um feriado esta semana.
Shanghai SE (China), fechado
Nikkei (Japão), +0,70%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,42%
Kospi (Coreia do Sul), +1,02%
Europa
Os mercados europeus operam mistos após abrirem em ligeira alta nesta quinta-feira, enquanto investidores esperam pela divulgação da ata da última reunião do Banco Central Europeu realizada no começo de setembro em busca de mais sinalizações sobre o futuro da política monetária no bloco.
Em indicadores, as vendas no varejo referentes a agosto na Zona do Euro caíram 0,3% na base mensal e -2% na base anual.
FTSE 100 (Reino Unido), -0,09%
DAX (Alemanha), +0,32%
CAC 40 (França), -0,02%
FTSE MIB (Itália), -0,44%
Commodities
As cotações do petróleo sobem pela quarta sessão consecutiva, depois que a Organização dos Países Exportatores de Petróleo e aliados (Opep+) concordou com corte de produção de petróleo de 2 milhões de barris por dia (bpd) a partir de novembro, a maior redução desde 2020.
O corte pode estimular uma recuperação nos preços do petróleo, que caíram para cerca de US$ 90, de US$ 120 há três meses, por temores de uma recessão econômica global, aumento das taxas de juros dos EUA e um dólar mais forte.
Petróleo WTI, +0,13%, a US$ 87,87 o barril
Petróleo Brent, +0,16%, a US$ 93,52 o barril
Bitcoin
Bitcoin, -0,09% a US$ 20.141,49 (em relação à cotação de 24 horas atrás)
2. Agenda
No Brasil, às 10h, saem os dados do setor automotivo em setembro, com previsão de queda de 4,4% na produção (ante alta de 8,7% em agosto) e de alta de 2,7% no registro de veículos novos (ante alta de 14,6% em agosto). Mais cedo, serão divulgados os dados do IGP-DI de setembro.
Às 9h30, têm os números da semana do seguro-desemprego nos EUA com previsão de 203 mil, contra 193 mil da semana passada.
Brasil
8h: IGP-DI de setembro
10h30: Leilão do Tesouro Nacional
12h: Paulo Guedes, ministro da Economia, tem audiência com o presidente-Executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes
Zona do euro
8h30: Ata da reunião do Banco Central Europeu
EUA
9h30: Auxílio-desemprego, consenso Refinitiv espera 203 mil solicitações
14h: Discurso do presidente do Fed de Chicago, Charles Evans
16h: Discurso do membro do Fed, Christopher Waller
3. Noticiário econômico
Lula ainda está dividido quanto a caminho para política fiscal
A campanha de Lula ainda está dividida em relação ao caminho da política fiscal a ser adotado num eventual novo governo do PT. O ponto central das divergências é sobre a necessidade ou não de se adotar uma regra de controle das despesas para substituir o teto de gastos, que Lula já antecipou será revogada se for eleito.
Segundo apurou o Broadcast, a ala política defende a revogação do teto com a permanência da regra de meta de resultados primários (receitas menos despesas, sem gastos com juros da dívida pública). A ala de economistas do partido tenta emplacar a necessidade de um modelo que combine uma regra de controle de gastos, mas que permita ao mesmo tempo investimentos em projetos prioritários com efeito multiplicador para acelerar o crescimento do PIB. Em meio às divergências, há uma movimentação interna para que detalhes sejam apresentados ainda no segundo turno.
4. Noticiário político
Pesquisas eleitorais
O ex-presidente Lula com 51% das intenções totais de votos no segundo turno, contra 43% de Bolsonaro, segundo pesquisa Ipec/TV Globo. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Votos brancos e nulos somam 4% e outros 2% não sabem em quem votar. Foram entrevistadas 2.000 pessoas, entre os dias 3 e 5 de outubro.
Considerando os votos válidos no levantamento do Ipec desta quarta-feira –que excluem os votos brancos e nulos e os indecisos da pesquisa–, Lula soma 55% contra 45% de Bolsonaro.
Já na manhã desta quinta, foi divulgada a pesquisa PoderData. Ela foi realizada de 3 a 5 de outubro de 2022 mostra Lula com 52% das intenções de voto contra 48% de Bolsonaro no 2º turno das eleições. O placar é referente aos votos válidos – atribuídos a algum dos candidatos, excluindo-se brancos e nulos.
Quando se considera a totalidade dos votos, Lula tem 48% contra 44% de Bolsonaro. São 6% os que dizem pretender votar em branco ou anular o voto e 2% os que não sabem.
Lula diz que irá priorizar contato direto com eleitor
Em um dos principais atos de apoio organizados pela campanha até agora, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu, no fim da tarde de ontem, com vários governadores, senadores e lideranças políticas de diversas regiões do país. A maioria era de estados do Norte e do Nordeste – onde o petista teve sua maior votação no primeiro turno.
Durante seu pronunciamento, o petista afirmou que pretende comparecer a poucos debates no segundo turno contra Jair Bolsonaro (PL), pois vai priorizar as agendas de rua e o contato direto com o eleitor para conquistar votos.
Tebet oficializa apoio a Lula no segundo turno
A senadora Simone Tebet (MDB) anunciou nesta quarta-feira (5) seu apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa de segundo turno das Eleições 2022 contra o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL).
O posicionamento de Tebet já era esperado, desde seu discurso em que reconheceu os resultados das urnas e disse que não ficaria neutra, e que defenderia a democracia.
Covid
O Brasil registrou nesta quarta-feira (5) 109 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 686.640 desde o início da pandemia.
Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias é de 95. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +45%, indicando tendência de alta pelo segundo dia.
No total, o país registrou 8.056 novos diagnósticos de Covid-19 em 24 horas, completando 34.743.598 casos conhecidos desde o início da pandemia.
5. Radar Corporativo
PRIO (PRIO3)
A PRIO (PRIO3), ex-PetroRio, registrou produção total de 3,8 milhões de barris equivalentes de óleo equivalentes (boe) no terceiro trimestre de 2022, um aumento de 14,9% em relação ao segundo trimestre de 2022.
A produção diária foi de 45,7 mil boepd no 3T22, ante 33,3 mil boepd.
Gol (GOLL4)
A operadora aérea Gol anunciou nesta quarta-feira (5) dados operacionais referentes ao terceiro trimestre de 2022.
A oferta de assentos por quilômetros voados (ASK) aumentou em 41,2% na comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto o total de assentos cresceu em 32,5%. O número de decolagens no período subiu 39,8%. A receita por passageiro por quilômetro (RPK) cresceu 41% e a taxa de ocupação ficou em 81,3% (0,1 pontos percentuais a menos do que no terceiro trimestre de 2021).
Multiplan (MULT3)
As vendas totais dos shoppings da Multiplan no 3T22 apresentaram desempenho 28,3% superior àquele reportado no 3T21 e 25,9% acima do resultado do 3T19, atingindo R$ 4,7 bilhões, um novo recorde de vendas para um terceiro trimestre.
As vendas nas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) atingiram +23,9% no trimestre em comparação com 3T21 e +23,8% vs. o 3T19.
Hapvida (HAPV3)
A Hapvida (HAPV3) celebrou contrato para a aquisição de 100% do capital votante da Sistemas e Planos de Saúde pela sua subsidiária integral Notre Dame Intermédica Saúde, informou a companhia nesta noite de quarta-feira (5).
O preço de aquisição é de R$ 120 milhões, a ser pago à vista, em dinheiro, sujeito à variação do endividamento e capital de giro, além de possuir uma parcela retida para garantia de eventuais contingências.
O Cade informou, por meio de Despacho Decisório publicado no Diário Oficial, que a Hapvida (HAPV3) desistiu do ato de concentração com a Plamed Plano de Assistência Médica. Assim, o ato referente à operação, que consistia na transferência para a Hapvida da carteira de todos os contratos de cobertura de serviços de assistência à saúde celebrados pela Plamed com beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares, bem como, potencialmente, da operação de sua Clínica São Camilo, em Aracaju, foi arquivado sem julgamento de mérito.
(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)
Fonte: InfoMoney