O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou a taxa Selic ontem de 7,75% para 9,25% ao ano. Em comunicado, o Copom afirmou que um novo ajuste de 1,5 ponto deve ser dado na próxima reunião de fevereiro, o que levaria a Selic para 10,75% ao ano.
Para a equipe de economistas do C6 Bank, o Copom deve elevar a taxa para 11,75% em março de 2022, permanecendo neste patamar até o fim do ano.
“Acreditamos que a comunicação é compatível com o nosso cenário de uma alta adicional de 150 pontos base, seguido de outra alta de 100 pontos base na reunião de março, elevando a taxa Selic ao nível de 11,75% ao final do ciclo de aperto monetário e permanecendo neste patamar até pelo menos o final do ano”, afirma relatório assinado pelos economistas do C6 Bank Felipe Salles, Claudia Moreno, Claudia Rodrigues, Felipe Mecchi e Heliezer Jacob.
Segundo os economistas, a taxa de juros de 11,75% ao ano seria suficiente para trazer a inflação de 2023 à meta. Para isso, seria necessário ajustar a taxa em mais um 1 ponto na reunião de março.
“Em nossa visão, a taxa Selic em 11,75% seria compatível com avanço significativo em território contracionista, pois seria suficiente para trazer a inflação de 2023 à meta, de acordo com os modelos do BCB”, afirma relatório.
Para os economistas, o comunicado do Copom sinaliza que esse será o movimento que será adotado em 2022. “O comunicado informou também que o Copom irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. Interpretamos ‘perseverar em sua estratégia’ como intenção de manter a taxa Selic estável em patamar contracionista (ou seja, 11,75%) até que o processo de desinflação e ancoragem de expectativas estejam assegurados.”
O relatório do C6 Bank lembra que as projeções de inflação do BC situam-se em torno de 4,7% para 2022 e de 3,2% para 2023. “Este cenário supõe trajetória de juros que se eleva até 11,75%, porém recua para 11,25% ao final de 2022 e para 8% ao final de 2023.”
O 6 Minutos faz parte da holding que controla o C6 Bank.
Fonte: 6 Minutos/ UOL