A oferta de açúcar de melhor qualidade, o Icumsa 150, segue restrita no mercado spot paulista. Apesar disso, o Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, operou em baixa ao longo da última semana. De 8 a 12 de março, a média do Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 107,35/ saca de 50 kg, queda de 1,85% em relação à do período anterior (de R$ 109,37/sc, de 1o a 5 de março).
Do lado da oferta, com estoques de açúcar mais limitados devido ao período final da entressafra, agentes de usinas paulistas diminuíram a disponibilidade no mercado à vista, no intuito de atender aos volumes já contratados. Do lado da demanda, compradores adquirem novos lotes apenas quando há necessidades pontuais. Esse cenário pode ser alterado na primeira quinzena de abril, quando boa parte das usinas do estado de São Paulo terá iniciado a moagem da cana-de-açúcar da safra 2021/22.
O Indicador de Cristal Empacotado fechou a R$ 12,1844/saca de 5 kg na sexta-feira, alta de 1,97% em relação ao do dia 5. O açúcar refinado amorfo fechou a R$ 2,508/saca de 1 kg, avanço de 0,56% no mesmo período.
No Nordeste, os negócios com açúcar no mercado spot continuam com a oferta restrita e os preços, firmes. Alguns agentes observaram que o ritmo das vendas do adoçante ainda está lento.
Segundo a Federação Dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), a área colhida de cana-de-açúcar na safra 2020/21 da Zona da Mata Norte de Pernambuco deve cair 50% (essa temporada será concluída no final de março). O impacto da estiagem sobre os canaviais foi calculado em 40 mil hectares.
De acordo com a Datagro, em relação à safra 2021/22, a estimativa para a região Norte-Nordeste é de recuperação nos canaviais, considerando-se condições climáticas normais nos próximos meses. A moagem, assim, somaria 55 milhões de toneladas, 3,8% acima das 53 milhões previstas para 2020/21. A produção de açúcar deve praticamente se manter, estimada em 3,1 milhões de toneladas, acréscimo de 0,6% frente à safra anterior.
Na Bolsa de Nova York (ICE Futures em Nova York), os valores do demerara seguem pressionados, mesmo com os índices macroeconômicos favorecendo o aumento nas cotações do adoçante. O dólar se enfraqueceu frente ao Real nos últimos dias, mas continua excessivamente apreciado frente à moeda brasileira. O petróleo, com a expectativa do aumento mundial de seu consumo, encostou nos US$ 70,00/barril, levando a gasolina a ser negociada acima dos R$5,00/litro nos postos brasileiros. Nesse cenário, a procura por etanol hidratado deve crescer.
Além disso, com a maior liquidez no mercado de etanol relativamente ao de açúcar, as usinas poderão aumentar a produção do biocombustível, o que pode resultar em alta nos preços internacionais do adoçante. No curto prazo, a oferta mundial de continua restrita. A Índia segue com dificuldades na oferta de contêineres, atrasando suas exportações. Por esse motivo, a trading inglesa Czarnikow acredita que o país asiático não cumprirá a meta de exportar seis milhões de toneladas da commodity na temporada 2020/21.
De 8 a 12 de março, a média das cotações do açúcar demerara (contrato Maio/21) na Bolsa de Nova York foi de 16,11 centavos de dólar por libra-peso, queda de 1,09% em relação à média de 1o a 5 de março. Em Londres (ICE Futures Europe), o contrato Maio/21 do açúcar refinado teve média de US$ 457,58/tonelada, recuo de 0,85% na mesma comparação.
Com relação às paridades dos mercados interno e externo, de 8 a 12 de março, enquanto a média semanal do Indicador de Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ foi de R$107,35/sc, a média das cotações do contrato no 11 da ICE Futures com vencimento em Maio/21 foi de R$ 111,12/sc.
Fonte: CEPEA