Colheita brasileira de cana na temporada 2021/22 é a menor em dez anos

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Colheita brasileira de cana na temporada 2021/22 é a menor em dez anos

20/08/2021

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O Brasil está colhendo a menor safra de cana dos últimos dez anos, após as geadas se somarem aos efeitos da seca, afetando a produtividade das lavouras e desorganizando o ritmo de colheita. Em estimativas divulgadas ontem, a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) previu que a colheita da safra 2021/22, que termina oficialmente em março, ficará em 592 milhões de toneladas. A última vez que a colheita ficou abaixo desse patamar foi em 2011/12, quando o volume foi de 561 milhões de toneladas.



Uma parte das perdas de produtividade desta safra reflete também a seca que ocorreu na primavera do ano passado, quando a cana estava rebrotando. "Esses problemas da safra passada tiveram influência na produtividade deste ciclo", disse Mauricio Lopes, gerente de avaliação de safras da Conab, em entrevista coletiva virtual. A produtividade agrícola estimada para o país - de 71,8 toneladas por hectare - é a menor desde a temporada 2014/15.



O clima adverso também deve fazer com que os produtores deixem de colher em algumas áreas. Esse foi um dos principais fatores que levaram a Conab a reduzir sua estimativa também para a área de colheita da cultura - a avaliação da estatal é de que a área de colheita cairá em 2%, para 8,4 milhões de hectares.



No entanto, as perdas no campo estão sendo parcialmente compensadas por uma concentração historicamente elevada de açúcares na cana. A estimativa da Conab é de que a quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) na temporada atual será a segunda melhor em dez anos, de 140,5 quilos por tonelada de cana moída. A safra passada foi ainda melhor, quando o ATR atingiu o recorde de 144,1 quilos por tonelada.



A Conab estima agora que o Brasil produzirá 36,9 milhões de toneladas em 2021/22, ou 4,3 milhões de toneladas a menos que em 2020/21 - e 2 milhões a menos que o projetado em maio. Apesar de significar uma redução de 10% em relação à safra passada, o volume está próximo da média dos últimos dez anos e até acima da estimativa de algumas consultorias.



A produção de etanol hidratado a partir da cana também deve diminuir, alcançando 16 bilhões de litros. Essa queda será compensada em parte pelo aumento da produção a partir do milho, que deve crescer nesta safra com a entrada em operação de novas usinas. A produção de etanol hidratado de milho foi estimada em 2,3 bilhões de litros, elevando a oferta do produto para 18,3 bilhões de litros. Apesar do reforço a partir da produção do cereal, esse é menor volume total de etanol hidratado em quatro safras.


Fonte: Valor Econômico

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