As Bolsas da Ásia fecharam majoritariamente em baixa nesta sexta-feira, 22, pressionadas pela retomada de casos do novo coronavírus na China e também no sudoeste do continente.
O recente otimismo com o avanço da vacinação contra a covid-19 pelo mundo foi afetado por um salto das infecções na China, onde a doença vinha sendo mantida sob controle. O país relatou 103 novos casos nesta sexta, marcando o 11º dia seguido com mais de 100 infecções confirmadas.
A China, onde a pandemia teve início no fim de 2019, voltou a adotar restrições a viagens com o repique de casos. O governo chinês também está testando milhões de pessoas em Pequim e em outras cidades e apelou à população que evite viajar durante o feriado do ano-novo lunar, em fevereiro.
Bolsas da Ásia
O índice acionário japonês Nikkei caiu 0,44% em Tóquio, a 28.631,45 pontos, um dia após atingir nova máxima em 30 anos, enquanto o Hang Seng recuou 1,60% em Hong Kong, a 29.447,785 pontos, o sul-coreano Kospi cedeu 0,64% em Seul, a 3.140,63 pontos, e o Taiex registrou queda de 0,83% em Taiwan, a 16.019,03 pontos.
Principal índice da China continental, o Xangai Composto encerrou o pregão em baixa de 0,40%, a 3.606,75 pontos, mas o menos abrangente Shenzhen Composto subiu 0,28%, a 2.456,24 pontos.
Em outras partes da Ásia, a Indonésia vem registrando aumento no número de mortos por covid-19, enquanto os casos avançam na Malásia, na Tailândia e nas Filipinas.
Na Oceania, a Bolsa australiana seguiu o viés negativo dos mercados asiáticos, e o S&P/ASX 200 caiu 0,34% em Sydney, a 6.800,40 pontos.
Bolsas da Europa
As principais Bolsas europeias operam em território negativo, nesta sexta-feira. Continua a haver cautela com o avanço da covid-19, que freia negócios, e investidores avaliam também dados mistos da região, mas especialmente fracos no caso do Reino Unido. A queda do petróleo, além disso, pressiona papéis do setor de energia.
Às 6h45, no horário de Brasília, o índice Stoxx 600 recuava 0,91%, a 407,14 pontos.
O avanço da covid-19 continua como preocupação importante. O registro de surtos da doença na China colabora para a cautela. No próprio continente, a Alemanha superou as 50 mil mortes pelo vírus, com autoridades comentando que houve um declínio recente nos novos casos registrados da doença, mas em nível ainda alto. Na quinta-feira, 21, a União Europeia informou que exigirá testes negativos para covid-19 de todos os viajantes de fora do bloco, mas notou que a decisão final sobre o tema caberá aos países membros, e ainda desestimulou viagens desnecessárias neste momento e alertou para o risco de novas mutações do vírus. Nesse quadro, o papel da Air France-KLM recuava 3,34% em Paris, prolongando as perdas de quinta, quando influenciou o fato de a empresa ter realizado demissões, diante da demanda fraca por viagens.
Na agenda de indicadores, o PMI composto da zona do euro, elaborado pela IHS Markit, recuou a 47,5 em janeiro, na preliminar, abaixo da previsão de 48,0 dos analistas. A Capital Economics nota em relatório que o dado confirma que as medidas mais rígidas para conter a disseminação da covid-19 nas últimas semanas penalizam a atividade econômica, com o setor de serviços como o mais afetado. "Com poucos sinais de que as restrições serão retiradas em breve", diz a consultoria.
O quadro no Reino Unido era ainda pior. O PMI composto do país recuou de 50,4 em dezembro a 40,6 em janeiro, na mínima em oito meses, ante previsão de 46,0 dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal. O país enfrenta nova onda de infecções e uma cepa do vírus mais contagiosa em circulação, com medidas adotadas para conter o problema. Depois do dado, Londres piorou. Mais cedo, o dado de vendas no varejo do Reino Unido já havia frustrado a expectativa, ao crescer 0,3% em dezembro ante novembro, ante projeção de alta de 1,5% dos analistas.
O setor de energia também estava sob pressão nas Bolsas europeias, em dia de queda de mais de 1,5% do petróleo, ao menos por enquanto. Em Londres, a ação da BP recuava 1,69% e, em Paris, Total perdia 1,52%.
Às 6h52 (de Brasília), a Bolsa de Londres operava em baixa de 0,61%, Frankfurt recuava 0,91% e Paris, 1,17%. Milão caía 2,15%, Madri cedia 1,49% e Lisboa, 1,21%. No câmbio, o euro chegou a atingir máximas mais cedo, porém voltou a perder fôlego, em meio aos dados, enquanto a libra bateu mínimas depois do PMI do Reino Unido. No horário citado, o euro recuava a US$ 1,2168, quase estável, e a libra caía a US$ 1,3656.
Fonte: O Estado de S. Paulo