Embora a média das consultorias ouvidas em novembro do ano passado ainda projetasse um déficit para a temporada global de açúcar 2021/22 (outubro a setembro), a perspectiva não era um consenso. Agora, a situação se repete com os primeiros números referentes a 2022/23: em fevereiro, a Green Pool afirmou acreditar em um déficit de 742 mil toneladas; em março, a Datagro falou em superávit de 1,15 milhão de toneladas.
O Rabobank, por sua vez, ampliou a distância entre estes números ao prever um excedente de 2,5 milhões de toneladas. O relatório, referente a abril, é assinado pelo estrategista global de açúcar do banco, Andy Duff, e pela analista sênior de açúcar, grãos e oleaginosas, Maria Afonso.
De acordo com eles, o montante pode acontecer por conta de aumentos na produção, principalmente na Ásia, no Brasil e na União Europeia. O Rabobank projeta um crescimento anual de 2,2% na fabricação do adoçante, ao mesmo tempo em que enxerga uma elevação de apenas 0,8% no consumo global em 2022/23.
“Estamos considerando uma redução de 50% nas plantações da Ucrânia com base em relatórios oficiais”, observam os analistas, que completam: “O consumo global está mostrando pouco crescimento, pois o impacto do covid-19 já foi minimizado desde o ano passado e espera-se que a demanda volte às tendências normais”.
Segundo um relatório anterior do Rabobank, o consumo global de açúcar cresceu em torno de 1% ao ano na última década, evidenciando uma desaceleração ante os 2,5% observados entre 2001 e 2010.
Fonte: NovaCana