O Comitê de Pessoas da Petrobras aprovou nessa terça-feira, 16, o nome do general Joaquim Silva e Luna para o cargo de membro de Conselho de Administração e presidente da estatal. O militar foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para substituir Roberto Castello Branco.
Em comunicado, a companhia declarou que o militar preenche todos os requisitos previstos em Lei e na Política de Indicação de Membros da Alta Administração da Petrobras.
Segundo o comitê, verificou-se “a não existência de vedações para que o Sr. Joaquim Silva e Luna seja eleito Conselheiro de Administração na Assembleia Geral Extraordinária de 12 de abril de 2021 e, na sequência, Presidente da Companhia pelo Conselho de Administração”.
Para assumir o cargo, Silva e Luna precisa do aval dos acionistas, que se reúnem em 12 de abril. Até lá, Castello Branco e os demais membros da direção devem continuar nos cargos de forma interina – o mandato atual termina em 20 de março.
A estatal afirmou que está facultado “aos acionistas e ao Conselho de Administração aferir o preenchimento de requisitos subjetivos adicionais aos previstos na legislação”.
Bolsonaro anunciou em 19 de fevereiro a substituição do atual presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, pelo general Joaquim Silva e Luna. O presidente considerou que a estatal tem sido conduzida de maneira errática por causa dos sucessivos aumentos no preço dos combustíveis.
A gota d’água para a troca foi o reajuste da Petrobras anunciado em 18 de fevereiro, de 14,7% no diesel e de 10% na gasolina. Foi o quarto aumento do ano.
Com a demissão de Castello Branco, quatro membros do Conselho de Administração da Petrobras anunciaram, em 2 de março, que optaram pela não recondução aos cargos.
João Cox Neto, Nivio Ziviani, Paulo Cesar de Souza e Silva e Omar Carneiro da Cunha Sobrinho afirmaram em comunicado que deixarão o colegiado da companhia na Assembleia Geral Extraordinária de abril.
Silva e Luna
Joaquim Silva e Luna tem 71 anos. Estava desde fevereiro de 2019 no comando da usina de Itaipu. Um dia antes da troca, Bolsonaro elogiou a gestão dele na estatal por causa dos altos investimentos feitos pela companhia.
Antes de Itaipu, Silva e Luna ocupou o cargo de ministro da Defesa no governo de Michel Temer. Foi o primeiro militar a liderar a pasta desde a redemocratização.
O general tem pós-graduação em política, estratégia e alta administração do exército pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Também é pós-graduado, pela Universidade de Brasília, em projetos e análise de sistemas.
Durante a carreira no Exército, Silva e Luna comandou o 6º Batalhão de Engenharia de Construção (1996-1998), em Boa Vista (RR), e a 16ª Brigada de Infantaria de Selva (2002-2004), em Tefé (AM).
Em Brasília, foi diretor de patrimônio (2004-2006), chefe do gabinete do comandante do Exército (2007-2011) e chefe do Estado-Maior do Exército (2011-2014).
Também participou da Missão Militar Brasileira de Instrução no Paraguai e atuou como adido em Israel de 1999 a 2001.
Fonte: Nova Cana