Com a colheita da safra 2021/22 no Brasil cada vez mais próxima, inclusive com trabalhos já iniciados em algumas usinas, a trading inglesa Czarnikow vê possibilidade de queda nos preços do etanol nas próximas semanas. Apesar disso, a mudança na diretoria da Petrobras segue sendo acompanhada.
"Estamos no período de entressafra e os baixos estoques de etanol estão ajudando a manter os preços altos. A tendência é que eles caiam nas próximas semanas, com o início da nova temporada no Brasil", destacou em relatório a trading inglesa.
Os preços do etanol hidratado têm oscilado nos últimos dias em cerca de R$ 2,90 o litro, sem frete e impostos, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP). Isso é cerca de US$ 15,80 c/lb em uma base com o preço do açúcar bruto nº 11 na Bolsa de Nova York.
Os preços dos combustíveis no Brasil têm registrado altas seguidas neste início de 2021 acompanhando o petróleo no cenário internacional, com repasses seguidos que são feitos pela Petrobras. Em meio esse cenário, o governo decidiu trocar o comando da empresa.
O mandato do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, terminaria neste sábado (20). Porém, a equipe do executivo seguirá no comando da estatal até a realização de uma Assembleia-Geral Extraordinária (AGE) de destituição prevista para o dia 12 de abril.
Na assembleia, deverão ser eleitos os novos conselheiros, incluindo o general Joaquim Silva e Luna, escolhido por Bolsonaro para assumir a presidência.
"No momento, a grande incógnita é qual será o caminho que a Petrobras tomará quando o novo presidente entrar em ação. Até agora, a empresa se ajustou de acordo com os preços internacionais, mesmo após a mudança do CEO ter sido determinada por Bolsonaro", disse a Czarnikow.
Mesmo com uma mudança na política de preços da Petrobras, a trading não vê impacto significativo no mix de produção das usinas brasileiras em 2021/22. "A estratégia já está definida com o máximo de açúcar e acreditamos que a maioria das usinas do CS Brasil já fixou preços de mais de 80% do açúcar".
Fonte: Notícias Agrícolas