A safra 2021/22 (abril-março) de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil poderá ter uma queda de 3,5% sobre a temporada anterior, com 586 milhões de toneladas, segundo a primeira estimativa da consultoria Datagro para a nova safra. A queda reflete condições climáticas adversas ao desenvolvimento das lavouras.
"Os sinais iniciais mostram que o primeiro trimestre e o início do segundo de 2021 ainda serão preocupantes para o desenvolvimento da cana", disse Bruno Freitas, analista de mercado da Datagro, em apresentação durante o evento de abertura da safra de cana, açúcar e etanol 2021/22 Datagro e Santander.
Nas estimativas da consultoria, a concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) da nova safra é estimada em 141,20 kg por tonelada, ante 144,69 kg/t em 2020/21, uma queda de 2,4%. A nova temporada tende a ser levemente mais açucareira do que a última, com um mix de 46,5%.
A produção de açúcar é apontada em 36,70 milhões de t, com uma queda de 4,7%, e a produção de etanol em 29,40 milhões bilhões de litros, um recuo de 4,1% sobre 2020/21, com destaque para alta no etanol de milho na nova temporada, chegando a 3,41 bilhões de litros.
Freitas pontua que a irregularidade de chuvas ao longo do ano de 2020 e também no início de 2021 deve fazer com que a colheita de cana atrase em algumas unidades. "Muito embora algumas usinas iniciem a colheita em março, haverá um retardamento do inicio das operações", pontuou o analista.
No Norte e Nordeste do país, os números na nova safra serão mais positivos. A produção de cana na região é estimada com uma alta de 3,8% sobre 2020/21, com 55 milhões de t, com ATR de 133,50 kg por tonelada. Do total de moagem, 3,10 milhões de t serão de açúcar e o etanol totalizará 2,40 bilhões de litros.
MUNDO
Considerando outras origens produtoras no mundo, o balanço de açúcar para a 2021/22 da Datagro aponta a tendência de um leve superávit de cerca de 1 milhão de t na nova temporada. "Apesar de um superávit, isso é muito pouco. Qualquer questão climática no Centro-Sul do Brasil, por exemplo, pode virar esse número para baixo", pontua Freitas.
O analista também aponta que do lado do consumo ainda há dúvidas no cenário global, já que a demanda ainda apresenta recuperação com a pandemia do coronavírus.
Fonte: Notícias Agrícolas