“O mercado está reagindo a uma perspectiva de desidratação da PEC da Transição na Câmara”, disse à Reuters Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital. “Então vejo uma forte entrada de investidores tanto para bolsa como para renda fixa”, o que ajudou a impulsionar o real, acrescentou o especialista.
O Ibovespa disparava cerca de 2% nesta tarde, enquanto alguns dos principais contratos de DI chegaram a cair até 40 pontos-base.
“Ainda temos juros muito atrativos e muito acima dos europeus, norte-americanos e do resto do mundo, então o investidor, sentindo algum nível de segurança e conforto, vem mesmo pra cá em busca de oportunidades”, completou Bergallo.
Custos de empréstimos elevados no Brasil tornam o real atraente para estratégias de “carry trade”, que consistem na tomada de empréstimo em país de juro baixo e aplicação desses recursos num mercado mais rentável.
O intenso ciclo de aperto monetário do Banco Central, que levou a taxa Selic para os atuais 13,75%, é apontado como um dos principais responsáveis pela queda de 4,7% que o dólar apresenta frente ao real no acumulado de 2022.
O intenso ciclo de aperto monetário do Banco Central, que levou a taxa Selic para os atuais 13,75% (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic)
Colaborou para o avanço do real nesta terça-feira a fraqueza da divisa norte-americana no exterior. O índice do dólar contra uma cesta de seis pares de países ricos recuava 0,55% no dia.
A maior parte dessas perdas era frente ao iene japonês, que disparou depois que o Banco do Japão chocou os mercados ao decidir rever sua política de controle da curva de juros e ampliar a faixa de negociação para o rendimento dos títulos do governo de dez anos.
Fonte: Money Times