O dólar caía no começo da tarde desta terça-feira, com o real sendo a única moeda dentre os principais pares a valor, conforme operadores analisavam o tom "hawkish" do Copom e iniciativas do Congresso contra a pandemia, antes de falas de duas importantes autoridades econômicas nos Estados Unidos.
O dólar à vista caía 0,49%, a 5,4922 reais na venda, às 12h37. Mais cedo, a moeda chegou a subir 0,59%, para 5,5515 reais. A máxima foi batida logo no começo do pregão, e desde então a curva do dólar mostra rota descendente.
Analistas chamavam atenção para a ata da última reunião de política monetária do Banco Central, divulgado mais cedo e que mostrou um BC quanto à recuperação econômica, apesar otimista dos riscos fiscais.
"Em nossa avaliação, a ata é mais 'hawkish' do que o comunicado pós-reunião, principalmente no que diz respeito à visão sobre a atividade e a queda da ociosidade da economia, ao manifestado mal-estar com a deterioração das expectativas de inflação para 2021 e ao risco de que isso possa contaminar (as expectativas para) 2022", disse em nota Alberto Ramos diretor de pesquisas econômicas para América Latina do Goldman Sachs.
Uma retomada mais firme da atividade econômica pode servir de chamariz para mais ingressos de recursos para o Brasil, o que elevaria a liquidez em dólar e, assim, tenderia a o preço da moeda.
O ganho de tração da economia, contudo, só virá com a aceleração da vacinação contra a Covid-19, diz especialistas, de forma unânime. O recente agravamento da pandemia tem aumentado temores de potenciais impactos na atividade, mas ao mesmo tempo analistas observam maior movimentação do lado do Congresso, cujos líderes, pressionados, têm se reunido com empresários em busca de soluções para a crise.
No fim de semana, economistas e empresários assinam carta de alerta sobre a situação da pandemia de Covid-19 no Brasil e seu agravamento, cobrando do governo intensificação do ritmo de vacinação e medidas de distanciamento social.
Enquanto o dólar caía no Brasil, a moeda subia no exterior, com operadores no aguardo de declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Jerome Powell, e da secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen.
Fonte: Reuters