Dólar cai pelo sexto dia consecutivo e se aproxima da menor cotação do ano

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Dólar cai pelo sexto dia consecutivo e se aproxima da menor cotação do ano

31/03/2023

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O dólar opera em queda pelo sexto dia consecutivo e se aproxima da mínima do ano. A moeda americana é negociada no menor valor desde o último dia 2 de fevereiro, quando chegou a oscilar abaixo dos R$ 5. Assim como na ocasião, a divisa repercute a possibilidade de uma desaceleração de aperto monetário nos Estados Unidos. No Brasil, ainda não há sinais concretos de quando a taxa vai começar a cair, ainda que o arcabouço fiscal divulgado na véspera tenha gerado ânimo no mercado.

 

Às 12h53 (horário de Brasília), o dólar comercial recuava 0,58 %, a R$ 5,068 na compra na venda. Nessa cotação, a moeda acumula queda de mais de 5% no ano.

 

Nesta sexta-feira (31), o monitor de juros do CME Group mostrava um crescimento da fatia de mercado que aposta em uma manutenção dos fed funds na atual faixa, entre 4,75% e 5% ao ano. Esta é a aposta de 47,6% dos agentes do mercado financeiro, ainda que esse percentual tenha sido muito maior uma semana atrás. No dia 24 de março, 83,2% dos economistas acreditavam que o Federal Reserve não fosse mais mexer nos juros.

 

Agora, 52,4% das apostas indicam que a autoridade monetária vai fazer mais uma elevação na taxa, de 25 pontos-base, para o intervalo entre 5% e 5,25% ao ano. De qualquer forma, as projeções apontam que o Fed pode estar mais próximo de encerrar o ciclo de aperto e um dado divulgado hoje reforça essa percepção.

 

O núcleo da inflação do consumo (PCE) dos EUA subiu 0,3% em fevereiro ante janeiro e 4,6% ante fevereiro de 2022. O resultado veio abaixo do esperado pelo mercado – o consenso Refinitiv projetava alta mensal de 0,4% e anual de 4,7%.

 

O dado contribui com a queda do dólar, pois enquanto o mercado espera que os juros parem de cair em breve nos Estados Unidos, por aqui a Selic continua em 13,75% ao ano. O tom duro do Banco Central do Brasil, no comunicado da última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), foi mantido na ata da reunião, divulgado nesta semana. Não houve sinais de corte – pelo contrário, o BC reforçou a possibilidade de subir mais os juros.

 

A Selic elevada, assim como aumenta o apetite por títulos de renda fixa entre os investidores locais, também costuma atrair capital estrangeiro que buscam remuneração maior do que a oferecida pelos juros nos Estados Unidos. O movimento aumenta a demanda por reais, valorizando a moeda brasileira.

 

O arcabouço fiscal apresentado ontem pelo governo diminui a aversão por ativos de risco na sessão de ontem – fez a Bolsa subir e o dólar cair. Hoje, analistas ponderam que a nova regra não deve ser capaz de estabilizar a dívida pública, como é o caso da equipe do Credit Suisse.

 

“Acreditamos que a nova regra fiscal não é suficiente para estabilizar a trajetória da dívida pública. Além disso, ainda não há clareza sobre o que será anunciado em relação às receitas nas próximas semanas, o que impacta diretamente planos do governo para alcançar a meta primária”, diz relatório do banco.

 

Já a Guide Investimentos aponta, em nota a clientes: “sem entrar no tecnicismo da regra, ela tem dividido os analistas, mas nossa visão é que um limite das despesas por meio da receita passada pode ajudar a conter gastos excessivos”.

 

A Bolsa devolve uma parte do que ganhou na véspera, mas o dólar, mesmo sendo um ativo mais seguro, manteve sua trajetória de queda. A explicação aponta novamente para o diferencial de juros: os contratos futuros de DI operam em alta em toda a curva, mostrando que o mercado não enxerga um alívio monetário por aqui.

 

“Teremos agenda muito forte nos EUA até o dia 12 de abril. Dados mais fortes (como emprego e CPI) deverão elevar as aposta de que o Fed não cortará juros, como está na curva de juros”, diz relatório da Wagner Investimentos, assinado por José Faria Júnior. Ele vê tendência de baixa de médio prazo e de alta no longo prazo, mas não acredita que a moeda americana fique abaixo de R$ 5.

 

A recomendação da casa é de compra de moeda no intervalo entre R$ 5 e R$ 5,10.

 

 

Fonte: InfoMoney

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