O dólar abandonou perdas iniciais e passou a subir frente ao real nesta segunda-feira, em meio à baixa liquidez global e à expectativa por dados dos Estados Unidos, ainda que investidores tenham reagido positivamente a dados de inflação norte-americana e a números de atividade da China.
Às 9h56 (de Brasília), o dólar à vista subia 0,5%, a R$ 5,0413 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,23%, a 5,0485 pontos.
“Hoje ainda devemos ver um dólar resiliente, principalmente afetado por baixa liquidez, uma vez que é feriado nos mercados da Europa, além de haver reajustes do mercado pós-feriado aqui no Brasil e expectativa pela divulgação do PMI norte-americano”, disse Márcio Riauba, gerente da mesa de operações da StoneX.
Na última sessão, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,0156 na venda, em alta de 0,70%. Segundo participantes do mercado, a recente superação do nível técnico relevante de 5 reais pode ter atraído nova onda de compra de dólares.
Ao mesmo tempo, investidores aguardavam a divulgação dos dados de Índice de Gerentes de Compras (PMI) dos Estados Unidos, agendada para as 10h45 desta segunda-feira. Também já começava a aparecer entre os operadores alguma apreensão antes da publicação de um importante relatório de empregos do governo norte-americano na sexta-feira.
Ainda assim, o clima era relativamente tranquilo no mercado internacional. “Dados de inflação e o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, não parecem ter alterado a percepção dos investidores de que a autoridade cortará os juros em meados do ano”, disse o departamento de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco em relatório.
Dados do Departamento de Comércio dos EUA do final da semana passada – divulgados quando boa parte dos mercados globais estava fechada para a Sexta-feira Santa – mostraram que o índice de preços PCE, o indicador de inflação preferido do Federal Reserve, subiu 0,3% em fevereiro. Economistas esperavam alta de 0,4%, de acordo com pesquisa da Reuters.
Na esteira dos números, Powell, chair do Fed, disse que a leitura está “na linha do que gostaríamos de ver”, embora tenha voltado a alertar que o banco central não reagirá de forma exagerada às informações que recebe – indicação de manutenção da postura cautelosa das autoridades norte-americanas.
Enquanto isso, a atividade industrial da China expandiu-se no ritmo mais rápido em 13 meses em março, ficando acima das expectativas, com a confiança empresarial atingindo um pico em 11 meses, mostrou uma pesquisa privada de Índice de Gerentes de Compras (PMI) nesta segunda-feira.
Segundo Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, os dados chineses elevaram o “otimismo com a virada do ciclo de crescimento global”.
Fonte: Reuters
Extraído de InfoMoney