O dólar à vista abriu com alta na sessão desta terça-feira (16), depois de um encerramento com alta no dia anterior. A movimentação representou a quarta alta consecutiva perante o real, chegando ao maior patamar desde março passado.
Se ontem a moeda foi puxada por dados do varejo nos EUA, hoje o que traz a valorização são os temores sobre próximos movimentos do Federal Reserve, a repercussão ainda da meta de superávit primário no Brasil e as possíveis tensões no Oriente Médio.
Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar à vista tem alta de 0,94%, a R$ 5,232 na compra e R$ 5,233 na venda. Às 9h25, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia de 0,89%, aos 5.242 pontos.
Nesta terça-feira, o Banco Central fará leilão de até 12 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de julho de 2024.
Dólar comercial
Venda: R$ 5,233
Compra: R$ 5,232
Dólar turismo
Venda: R$ 5,393
Compra: R$ 5,213
O que está acontecendo com dólar?
O dólar atingiu um pico em cinco meses em relação à libra e ao euro nesta terça-feira, um dia depois que dados mais fortes do que o esperado de vendas no varejo dos Estados Unidos elevaram os rendimentos dos Treasuries, aumentando as preocupações de uma intervenção de Tóquio já que o iene permanece em seu nível mais baixo desde 1990.
Dados na segunda-feira mostraram que as vendas no varejo dos EUA aumentaram 0,7% no mês passado, em comparação com uma alta de 0,3% previsto pelos economistas consultados pela Reuters, reforçando as expectativas de que é improvável que o Federal Reserve se apresse em cortar os juros este ano.
Quanto menos o Fed cortar os juros, melhor para o dólar, que se torna mais atraente para investidores estrangeiros quando os rendimentos oferecidos pelo mercado norte-americano — já interessante por ser extremamente seguro — seguem mais altos.
Os rendimentos dos Treasuries de dez anos, referência global para investimentos, seguem com alta desde a manhã de ontem, assim com os contratos com vencimentos mais curtos.
“A economia dos EUA continua a crescer de forma muito sólida, em um nível acima da tendência de longo prazo, o que dá suporte a rendimentos mais altos dos títulos dos EUA e argumenta contra o corte da taxa de juros pelo Fed”, disse Kenneth Broux, chefe de pesquisa corporativa, câmbio e taxas do Société Générale.
Os mercados estão agora precificando uma chance de 41% de o Fed cortar os juros em julho, em comparação com cerca de 50% antes dos dados, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.
Investidores estarão atentos a pistas do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, que fala ainda nesta terça-feira, em seus primeiros comentários desde que os dados de inflação dos EUA na semana passada foram mais fortes do que o esperado.
No Brasil, além dos olhares voltados para possíveis falas de Fernando Haddad em Washington, o Banco Central fará neste pregão leilão de até 12 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de julho de 2024.
Fonte: InfoMoney