Em dia de divulgação da Conab sobre a safra brasileira de cana-de-açúcar, as cotações futuras do açúcar nas bolsas de Nova York e Londres dispararam mais de 1%. O relatório trouxe a confirmação de uma menor produção nas lavouras e derivados com impacto do clima.
O principal vencimento do açúcar bruto na Bolsa de Nova York registrou valorização de 1,29%, cotado a US$ 17,21 c/lb, com máxima de 17,36 c/lb e mínima de 16,96 c/lb. Já o tipo branco em Londres saltou 1,04%, negociado a US$ 457,70 a tonelada.
O mercado do açúcar se recuperou das quedas técnicas dos últimos dias e saltou mais de 1% no dias nas bolsas externas acompanhando desde a manhã a divulgação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a nova safra do Brasil de cana-de-açúcar.
"A Conab também cortou sua estimativa de produção de açúcar no Brasil 2020/21 para 41,3 milhões de t de uma previsão de dezembro de 41,8 milhões de t", disse a consultoria Barchart em nota.
Na primeira estimativa para a safra 2021/22 de cana-de-açúcar no Centro-Sul, a Conab projetou a safra em 574,8 milhões de t, o que representa uma queda de 4,6% ante a temporada 2020/21, mas o número ainda pode ser revisado nos próximos relatórios. Caso o volume seja confirmado, seria a menor produção no país desde a temporada 2018/19.
A produção de açúcar na região foi estimada em 35,8 milhões de t, com recuo de 6,4% na comparação anual. E a safra de etanol de cana e de milho deve cair 7,4%, para 28,36 bilhões de litros no Centro-Sul na safra 2021/22.
O mercado do açúcar também acompanha com atenção os dados da última semana, com indicação de preços recordes do etanol anidro no Brasil em R$ 3,0488 o litro.
"Os preços mais altos do etanol podem levar as usinas de açúcar do Brasil a desviarem maior moagem da cana para a produção de etanol em vez da produção de açúcar, restringindo assim o fornecimento do adoçante", complementou a Barchart.
Do lado do financeiro, o mercado sentiu alguma pressão com desvalorização nos futuros do petróleo. Apesar disso, o dólar registrava nesta tarde desvalorização sobre o real, o que também tende a dar suporte para as cotações, pois desencoraja as exportações.
Mercado interno
O mercado do açúcar segue valorizado no Brasil. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP), os avanços ocorrem apesar das indicações de que boa parte dos compradores está suficientemente abastecida via contratos.
"Usinas continuaram restringindo a oferta para as vendas à vista, aumentando o preço", disse o centro. Como referência, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, saltou 0,56%, cotado a R$ 115,71 a saca de 50 kg na véspera.
Já no Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar registrou estabilidade, negociado a R$ 123,05 a saca, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha na última sessão o preço FOB cotado a US$ 17,91 c/lb com alta de 0,17%.
Fonte: Notícias Agrícolas