As Bolsas da Ásia registram ganhos em sua grande maioria nesta quinta-feira, 21, após a posse do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reforçar a expectativa por estímulos fiscais no país. A Bolsa de Tóquio foi destaque, no dia em que o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) manteve a política monetária, mas reforçou a política favorável a estímulos monetários.
Em Tóquio, o índice Nikkei registrou alta de 0,82%, a 28.756,86 pontos, no nível de fechamento mais elevado desde agosto de 1990. Ações do setor de eletrônicos puxaram os ganhos. Na política monetária, o presidente do BoJ, Haruhiko Kuroda, disse que o banco central adotará mais medidas de relaxamento, se necessário, e comentou que o BoJ deve fazer uma revisão sobre potenciais efeitos colaterais da estratégia atual em sua reunião de março. Apesar dos ganhos do mercado acionário, o número elevado de mortes pela covid-19 no Japão segue no foco dos investidores.
Na China, a Bolsa de Xangai fechou em alta de 1,07%, em 3.621,26 pontos, e a de Shenzhen, de menor abrangência, subiu 1,53%, a 2.563,32 pontos. A tendência positiva recente no mercado local tem sido impulsionado por um rali de ações ligadas a energias renováveis.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng terminou com baixa de 0,12%, em 29.927,76 pontos. O Wall Street Journal destaca o fato de que a praça local atingiu recentemente máximas em 20 meses, com recordes de volumes negociados. O diário aponta como causa para isso o fato de que investidores da China continental têm buscado Hong Kong como alternativa, a fim de buscar ações baratas e também não disponíveis no mercado local.
Na Coreia do Sul, o índice Kospi fechou em alta de 1,49%, em 3.160,84 pontos, em sua terceira sessão positiva seguida. Papéis de eletrônicos, ligados à internet e de montadoras puxaram os ganhos em Seul, com a perspectiva de estímulos nos EUA também ajudando. LG Electronics subiu 11%, ainda apoiada pela notícia de sua potencial saída do negócio pouco lucrativo para ela de smartphones. Em Taiwan, o índice Taiex teve ganho de 2,20%, a 16.153,77 pontos.
Na Oceania, o índice S&P/ASX 200 subiu 0,79% na Bolsa de Sydney, a 6.823,70 pontos. O pregão da Austrália foi beneficiado pela notícia de que o país já recuperou 90% dos empregos perdidos com a pandemia. Ações de tecnologia, consumo e finanças lideraram os ganhos.
Bolsas da Europa
As principais Bolsas europeias operam com ganhos em sua maioria nesta quinta, com Paris oscilando próximo da estabilidade. A grande expectativa no dia é pela decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), embora analistas não esperem mudanças importantes na trajetória da instituição neste momento. Um novo governo nos Estados Unidos apoia o otimismo por mais estímulo fiscal no país, apoiando o quadro global, enquanto a disseminação da covid-19 continua a ser motivo de atenção.
Às 6h45, no horário de Brasília, o índice pan-europeu Stoxx 600 operava em alta de 0,41%, em 412,52 pontos.
Às 9h45, o BCE anuncia decisão de juros e a expectativa dos mercados é de manutenção da política monetária. O Rabobank afirma em relatório que a presidente do BCE, Christine Lagarde - que concede coletiva a partir das 10h30 - deve reiterar que o relaxamento adicional anunciado em dezembro é suficiente. O Rabobank lembra que a equipe do banco central já projeta que a economia da zona do euro terá de operar em grande medida sob restrições por um tempo, diante da covid-19. Para o banco holandês, porém, uma recessão de duplo mergulho "é ainda um cenário muito plausível" para a região. Por outro lado, ele lembra que a vacinação já começou, embora em ritmo ainda lento, que houve um acordo comercial com o Reino Unido e o fato de que um governo democrata nos EUA aumenta a chance de estímulos fiscais, apoiando as exportações europeias.
No Reino Unido, na tarde de quarta-feira, 20, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) comentou que ainda não há decisão no BoE sobre o eventual uso de uma taxa de juros negativa. Para o presidente da instituição, Andrew Bailey, os efeitos "podem ser imprevisíveis", ao mudar a lógica pela qual o sistema bancário atua. Esse debate tem influenciado a libra, em sessões recentes.
Às 6h55, a Bolsa de Londres subia 0,11%, Frankfurt avançava 0,38% e Paris tinha baixa de 0,07%. Milão subia 0,04%, Madri ganhava 0,07% e Lisboa tinha alta de 0,07%. No câmbio, o euro avançava a US$ 1,2143 e a libra tinha alta a US$ 1,3736.
Fonte: UDOP