A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) aumentou suas projeções de consumo de diesel e gasolina para 2022. A revisão reflete um otimismo maior com a economia e os efeitos da desoneração dos combustíveis.
O crescimento nas vendas de diesel é estimado em 2,4% este ano (65 bilhões de litros) e em 3,6% para 2023 (67,4 bi L). O cenário é mais elevado que o desenhado em agosto, quando a EPE projetava uma alta de 1,2% para 2022 e 1,1% para 2023.
O estudo Perspectivas para o Mercado Brasileiro de Combustíveis para o Curto Prazo, publicado a cada dois meses, cita alguns sinais de melhora na economia para 2022: o crescimento do PIB acima do esperado e a queda na taxa de desemprego, que refletem nas perspectivas de demanda por diesel para este ano.
Para 2023, a expectativa da EPE é que haja uma desaceleração econômica. A projeção é de aumento da demanda pela previsão de safra recorde, recuperação do transporte coletivo e a entrada de novos projetos de infraestrutura aquaviária e ferroviária.
Para a gasolina, a previsão de aumento em 2022 subiu de 1,6% para 3,1% – chegando a 40,5 bilhões de litros –, refletindo a desoneração do combustível. Para o ano que vem, contudo, a EPE projeta uma retração de 6,1% nas vendas (para 38,1 bilhões de litros), ante a previsão de queda de 4,7% em agosto.
O movimento corresponde à gasolina ganhando mercado no ciclo otto, onde concorre com o etanol hidratado. As perspectivas para o biocombustível são de 16,9 bilhões de litros em 2022 (-3,4%) e 20,8 bilhões de litros em 2023 (+23,1%).
A previsão de demanda total dos combustíveis permaneceu inalterada: crescimento de 1,5% em 2022 (52,4 bi L) e de 0,4% em 2023 (52,6 bi L).
A queda na renda da população e mudanças no hábito de consumo (como o trabalho remoto) contribuem para manter a demanda abaixo dos patamares pré-pandemia, aponta a EPE.
Fonte: NovaCana