Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior operam em baixa após renovação de temores de invasão da Ucrânia pela Rússia; Ibovespa acompanha Guedes e Campos Neto no G20

Notícias do Mercado

Notícias do Mercado

Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior operam em baixa após renovação de temores de invasão da Ucrânia pela Rússia; Ibovespa acompanha Guedes e Campos Neto no G20

17/02/2022

Compartilhe:

Existe um ditado que diz “no news, good news” (nenhuma notícia já é uma boa notícia, em tradução). E foi o que os investidores sentiram com a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve, o BC americano, de ontem (16). A falta de novidades fez as principais bolsas pelo mundo aliviarem a tensão.

 

Os índices de Wall Street, que passaram a maior parte do dia no vermelho, conseguiram inverter o sinal nas últimas horas após a publicação do Banco Central dos EUA. 

 

Já o Ibovespa, que passou o dia no campo positivo, fechou o dia em alta de 0,31%, aos 115.180 pontos, no sétimo avanço consecutivo. Já o dólar à vista recuou 1,02%, a R$ 5,1279. 

 

Mas os velhos medos tomam conta do cenário local e internacional novamente. 

 

Por aqui, o risco fiscal permanece no radar, mesmo que o Congresso Nacional só vá analisar as propostas para reduzir o preço dos combustíveis na semana que vem.

 

A pedra no sapato dos investidores e analistas é a política: o caráter eleitoreiro das medidas para baixar o preço dos combustíveis pode impactar as contas públicas em um orçamento já apertado. 

 

Esse foi um dos temas destacados pelo Banco Central na ata da última reunião do Copom. O risco de piorar a situação fiscal do país pode aumentar ainda mais a inflação e fazer com que o BC precise elevar os juros acima do esperado. 

 

Já no exterior, a fronteira entre Rússia e Ucrânia permanece no foco internacional. As tropas russas ainda estão na península da Crimeia e a tão esperada paz entre os países demora a vir. Isso, é claro, reflete na cautela das bolsas hoje. 

 

Saiba o que movimenta o dia aqui:

Brasil contra o risco fiscal

O noticiário permanece o mesmo para os investidores brasileiros. Uma série de propostas para segurar o preço dos combustíveis deve ser analisada pelo Congresso na semana que vem, depois do adiamento da sessão marcada para ontem (16). 

 

A principal delas é a PEC dos combustíveis, que pretende fazer uma renúncia fiscal de impostos federais para reduzir o preço da gasolina, óleo diesel, etanol e gás de cozinha.

 

Mesmo que a União abra mão de recursos, o impacto na inflação deve ser mais significativo, tendo em vista que o modal rodoviário é o mais utilizado no país e impacta toda a cadeia de suprimentos. 

 

Os analistas e investidores permanecem de olho no dispositivo que deve abrir mão de R$ 100 bilhões em recursos, o que gerou o apelido de “PEC Kamikaze” à proposta. Vale lembrar que o Orçamento para 2022 está apertado e não há muito espaço para abrir mão de recursos no momento. 

 

Jair Bolsonaro

O presidente da República, Jair Bolsonaro, deu entrevista à Jovem Pan News ontem diretamente da Rússia. Bolsonaro negou que o governo federal esteja furando o teto de gastos com a proposta. 

 

“Não temos por que fazer qualquer aventura [na economia] depois de três anos”, afirmou. Além disso, o presidente falou sobre o reajuste dos policiais federais, polêmica proposta que gerou reações de diversos setores do funcionalismo. A decisão sobre o aumento ou não do salário deve ficar para maio. 

 

G20, Guedes e Campos Neto

Na agenda do dia, o destaque vai para a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em reunião do G20. 

 

As autoridades devem destacar o desempenho do Brasil no combate à pandemia e destacar o momento de retirada de estímulos fiscais e monetários das economias pelo mundo. Somado a isso, devem comentar sobre os efeitos globais da investida da Rússia sobre a Ucrânia. 

 

Rússia e Ucrânia

O que se esperava terminar em um acordo diplomático voltou a elevar a cautela dos mercados globais. A Rússia permaneceu com os soldados na fronteira com a Ucrânia e o risco de uma invasão foi colocado na mesa mais uma vez. 

 

A Rússia havia anunciado a retirada de soldados da fronteira na terça-feira (15), mas a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) confirmou a manutenção das tropas na península da Criméia. 

 

E o petróleo

Era esperado que o petróleo disparasse mais uma vez com a volta das tensões internacionais. Contudo, a maior commodity energética do mundo já operava próxima das máximas de US$ 95.

 

Dessa forma, o barril do petróleo brent, utilizado como referência para a Petrobras (PETR3 e PETR4), recuava 2,12%, cotado a US$ 92,81, enquanto o WTI era negociado a US$ 91,61, baixa de 2,20%. Ambos operam em forte movimento de correção. 

 

Sem direção

A ata da última reunião do Federal Reserve foi como uma placa no meio do deserto com uma seta apontada para baixo e escrito: “você está aqui”. 

 

A publicação do Banco Central americano não deu o direcionamento esperado para a política monetária dos EUA. Com isso, os analistas e investidores aguardam com muita expectativa a próxima reunião do Fomc, o Copom americano. 

 

Na reunião de março, o comitê deve elevar os juros pela primeira vez este ano e, aí sim, dar novos sinais sobre a magnitude e quantidade de altas dos juros americanos. 

 

Bolsas pelo mundo

Os principais índices asiáticos encerraram o pregão desta quinta-feira majoritariamente em alta, mesmo com a ata do Fed não dar maiores direcionamentos sobre a política monetária da instituição. 

 

Na contramão, as bolsas na Europa permanecem pressionadas com a continuidade da tensão entre Rússia e Ucrânia na fronteira entre os dois países. 

 

De maneira semelhante, os futuros de Nova York operam em queda pela manhã, também acompanhando os desdobramentos da crise russa.

 

Fonte: Money Times/ Seu Dinheiro

MAIS

Notíciais Relacionadas