?A safra 2020/21 chegou ao fim no Brasil e os preços do etanol (hidratado e anidro) caíram quase 16% no mercado físico do Estado de São Paulo (SP). Essa desvalorização, observada na última semana completa de março (22 a 26), foi a mais acentuada da safra 2020/21 e refletiu a queda acentuada da demanda pelo biocombustível.
Levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP) mostram que poucos negócios foram fechados no final de março, quando foram vendidas pequenas quantidades, já que os distribuidores estavam trabalhando com o produto anteriormente adquirido.
Quanto aos vendedores, apenas alguns agentes de algumas usinas de etanol se interessaram em fechar negócios no spot de SP, vendendo estoques para dar lugar ao etanol da safra 2021/22, iniciada oficialmente em 1º de abril de 2021.
Entre os dias 22 e 26 de março, o Índice CEPEA/ESALQ do etanol hidratado (preços pagos às usinas de etanol) ficou em R$ 2,3071 / litro (ICMS zero e PIS/Cofins zero), queda de 15,8% em relação à semana anterior e de 14,8 % menor que na última semana de fevereiro (22 - 26). Para o etanol anidro, o Índice CEPEA / ESALQ recuou 15,9% na comparação semanal e 14,3% na comparação mensal, com média de R$ 2,5096 / litro (PIS/Cofins zero) na última semana de março.
Entre 26 de fevereiro e 31 de março, o Índice ESALQ/BM&F Bovespa diário do etanol hidratado entregue em Paulínia (SP) caiu 17%, para R$ 2.393,00/metro cúbico (imposto zero) em 31 de março. O intenso fluxo de etanol de outros estados na região centro-sul do Brasil a SP influenciaram as desvalorizações em Paulínia.
Em relação à safra 2021/22, estimativas do Itaú BBA indicam que o setor sucroenergético deve destinar 46% de toda a cana colhida para a produção de açúcar e 54% para a produção de etanol, semelhante ao da safra atual.
Fonte: Cepea