Etanol hidratado tem alta recorde e perspectiva é de novos aumentos, diz Platts

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Etanol hidratado tem alta recorde e perspectiva é de novos aumentos, diz Platts

12/02/2021

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O acompanhamento de preços do etanol realizado pela S&P Global Platts apontou para uma renovação do recorde no valor do hidratado. Em 11 de fevereiro, o biocombustível foi negociado a R$ 2.850/m³ pelas usinas da região de Ribeirão Preto, caracterizando uma alta semanal de 9%.

 

De acordo com a Platts, o relatório otimista da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), divulgado em 10 de fevereiro, e um aumento de 7,63% no preço da gasolina pela Petrobras no dia anterior levaram as distribuidoras a comprarem o hidratado agressivamente.

 

“A maioria das distribuidoras estava comprando o renovável estrategicamente esta semana, para cobrir a demanda até meados de março”, disse um trader de São Paulo. “As distribuidoras temiam que os estoques de etanol estivessem extremamente apertados, com a expectativa de que os níveis apresentassem uma queda superior a 12% até o final de março no comparativo anual, deixando a possibilidade de escassez no início de abril”.

 

A Platts estima que a demanda brasileira de etanol hidratado em março aumentará 9% no comparativo anual.

 

As vendas do biocombustível pelas usinas durante a segunda metade de janeiro totalizaram 1,36 bilhão de litros, sendo 1,25 bilhão para o mercado interno e 105,04 milhões para exportação, segundo os dados da Unica.

 

O volume comercializado no mercado doméstico marca a primeira vez, na safra 2020/21, em que as vendas superaram as da mesma quinzena de 2019/20. Foram vendidos 1,23 bilhão de litros de etanol no mesmo período de 2020.

 

“A demanda doméstica de etanol no Brasil está se mostrando resiliente e a liquidez do mercado à vista permanece abaixo dos volumes normais de negociação”, disse um segundo trader de São Paulo. “A liquidez do mercado permanecerá abaixo dos volumes normais de negociação até o início de abril, ou o início da safra 2021/22”.

 

As vendas de etanol pelas usinas em janeiro somaram 2,61 bilhões de litros, 2% a mais que no ano anterior. Destes, 2,46 bilhões foram destinados ao mercado interno e 146,72 milhões, à exportação, apontam dados da Unica.

 

Já as vendas de hidratado somaram 1,65 bilhão de litros, queda de 7,3% em relação ao ano anterior, enquanto as de anidro somaram 810,05 milhões de litros, alta de 10,53% no mesmo comparativo.

 

As vendas de etanol pelas usinas entre 1º de abril de 2020 e 1º de fevereiro de 2021 somaram 25,92 bilhões de litros, 9,24% inferior ao ano anterior, sendo 23,56 bilhões destinados ao mercado interno e 2,36 bilhões, à exportação. A queda da demanda interna foi impulsionada pelo impacto da pandemia do coronavírus na economia brasileira.

 

Os traders viram a relação entre o preço do hidratado e da gasolina em cerca de 69% na semana, considerando dados até 11 de fevereiro. O indicador está pouco abaixo do limite de 70%, que incentiva os consumidores a encherem seus tanques com o renovável.

 

Na semana encerrada em 6 de fevereiro, a relação entre os preços dos combustíveis nos postos do Sudeste era de 68,3%, quase 2% abaixo do limite de 70%, segundo dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

 

Os consumidores de veículos flex-fuel podem abastecer seus tanques com gasolina, que tem uma mistura de 27,5% de etanol anidro, ou apenas com o hidratado. A escolha pelo renovável, porém, normalmente ocorre apenas quando seu preço corresponde a 70% ou menos que o da gasolina, por causa do menor teor de energia do hidratado.

 

*Phillip Herring é especialista de preços da S&P Global Platts

 

Fonte: Nova Cana

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