Fonte: Reuters
As usinas brasileiras fixaram em setembro o preço de 1,5 milhão de toneladas de açúcar que serão exportadas na temporada 2022/23, que terá início em abril, mostra levantamento da Archer Consulting. Segundo a empresa, esse foi o maior volume mensal negociado para o próximo ciclo.
Com isso, já são 9,8 milhões de toneladas da commodity com valores definidos - ou 38,5% do total que a Archer calcula que será exportado. "Em setembro do ano passado, o percentual para a safra 2021/22 era de 32,5%. Portanto, estamos ligeiramente mais acelerados neste ano", informou a consultoria, em nota.
O preço médio de fixação no mês passado ficou em R$ 2.424 a tonelada, uma alta de 1,5%, ou R$ 35 por tonelada, em relação a agosto, refletindo a valorização do açúcar no mercado internacional.
Ontem, na bolsa de Nova York, o contrato do açúcar para dezembro, o mais negociado atualmente, caiu 2,27% (45 pontos), a 19,35 centavos de dólar por librapeso, e o de segunda posição, para maio, por sua vez, recuou 1,64% (32 pontos), para 19,14 centavos de dólar por libra-peso. Nos últimos 12 meses, em contrapartida, esse papel acumula valorização de 38,7%, segundo cálculos do Valor Data. Em 2021, a alta é de mais de 30%.
"Continuamos a sugerir que as usinas fixem preços em reais por tonelada ao longo da safra [...] para aproveitar uma eventual alta dos preços em centavos de dólar por libra-peso", disse a Archer.
Na média, os preços do volume total já negociado para a próxima safra são de 15,93 centavos de dólar a libra-peso (sem prêmio de polarização), ou R$ 2.027 a tonelada (posto no porto de Santos, com prêmio de polarização).
Para que o etanol hidratado seja mais vantajoso que o açúcar na próxima safra, o preço do litro terá que ficar acima de R$ 3,549. Isso significa que o bicombustível terá que subir acima dos valores atuais para ser competitivo. Na última semana, as usinas paulista negociaram o etanol a R$ 3,429 o litro.
Fonte: Valor Econômico