São Paulo, 21/01/2021 - Os futuros do açúcar demerara negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) têm sido influenciados pela ação de fundos e especuladores e pelo desempenho do dólar e do petróleo. Isso acontece após meses em que fundamentos - como as condições climáticas no Brasil ou o subsídio para exportações da Índia - guiaram as cotações da commodity.
Amanhã, após o fechamento do mercado, a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês) divulga boletim com o posicionamento de fundos até o dia 19. O relatório da semana passada mostrou que o saldo líquido comprado passou de 247.382 lotes em 5 de janeiro para 234.446 lotes em 12 de janeiro. Como entre os dias 12 e 19 o contrato mais líquido ganhou 64 pontos (4,14%), a expectativa é que o boletim mostre que esses agentes aumentaram a posição comprada.
A ação especulativa tem sido um dos fatores com maior influência nos preços da commodity em Nova York. Na semana retrasada, os preços recuaram após os fundos e especuladores venderem suas posições; na semana passada, estima-se que tenha acontecido o contrário: fundos recolocaram dinheiro e a commodity avançou.
Os fundamentos continuam relativamente estáveis: a demanda segue aquecida na China e em outros países da Ásia; a oferta é restrita, com quebra de safra na União Europeia e na Tailândia, enquanto a Índia vem aumentando a produção. No Brasil, ainda não se sabe qual será o efeito do clima na safra 2021/22.
A Somar Meteorologia espera que o Sudeste tenha tempo úmido nos próximos dias. "As chuvas serão volumosas tanto neste final de semana quanto no decorrer da semana que vem", segundo boletim da empresa. Caso o tempo continue úmido, os preços em NY podem ser pressionados, já que isso indicaria maior oferta brasileira a partir de abril.
Na sessão de ontem, o contrato mais líquido, com vencimento em março, terminou em alta de 17 pontos (1,06%), a 16,27 cents por libra-peso na Bolsa de Nova York. Esse contrato chegou a trabalhar em nível mais alto - a máxima da sessão foi de 16,56 cents - mas embolso de lucros levou a uma desaceleração.
A commodity foi impulsionada por fatores macroeconômicos favoráveis. O dólar se desvalorizou ante o real, o que torna exportações menos atrativas para usinas brasileiras. Já o petróleo terminou em alta nas bolsas internacionais, o que pode tornar o mix sucroenergético brasileiro mais alcooleiro.
Além disso, houve uma recuperação após esse vencimento recuar em duas sessões consecutivas pela primeira vez em um mês.
No mercado paulista, o valor à vista do indicador do açúcar Esalq fechou a R$ 104,93/saca (+0,04%). Em dólar, o preço ficou em US$ 19,73/saca (+0,61%).
Fonte: Broadcast Agro