Os índices futuros dos Estados Unidos operam sem direção única nesta segunda-feira (13), com investidores avaliando as perspectivas de política monetária antes da divulgação do Índice de Preços ao Consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês), na terça-feira (14). O consenso Refinitiv prevê que o indicador tenha avançado 0,4% em janeiro na comparação com dezembro. Em bases anuais, prevê alta de 6,2%.
Investidores também seguem atentos à escalada do conflito geopolítico entre os EUA e a China. Os americanos derrubaram no domingo (12) mais um objeto voador não-identificado, dessa vez sobre o Lago Huron, perto da fronteira com o Canadá. Esse é o quarto incidente do tipo desde o dia 4 de fevereiro.
No início deste mês, um balão atravessou a América do Norte, chamando a atenção global e provocando um impasse diplomático entre os dois países.
A China disse nesta segunda-feira (13) que balões de alta altitude dos EUA sobrevoaram seu espaço aéreo sem permissão mais de 10 vezes desde o início de janeiro de 2022. A tensão entre as duas potências pode ser um novo fator de incertezas para os mercados.
Por aqui, Roberto Campos Neto, presidente do BC, será o entrevistado do programa Roda Viva, da TV Cultura. Ao defender juros altos por mais tempo, Campos Neto comprou uma briga com o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e seus aliados políticos, chegando a ser chamado de “inimigo do crescimento econômico”. Seu discurso vai ser acompanhado com atenção pelos investidores.
No campo corporativo, saem os números do Banco do Brasil (BBAS3) após o fechamento do pregão. Último “bancão” a divulgar números, o BB deve reportar lucro líquido de R$ 8,073 bilhões, alta de 36,13% na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com o consenso Refinitiv. BTG divulgou seus números antes da abertura.
1.Bolsas Mundiais
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam mistos nesta manhã de segunda-feira (13), após o S&P 500 e o Nasdaq registrarem suas piores semanas desde dezembro, com perdas de 1,11% e 2,41%, respectivamente.
Os investidores aguardam pelos dados do índice de preços ao consumidor na terça-feira, bem como as vendas no varejo, para entender melhor como o Fed irá proceder com sua política monetária na luta contra a inflação.
A temporada de resultados continua com números da Coca-Cola, Marriott, Cisco, Marathon e Paramount.
Veja o desempenho dos mercados futuros:
Dow Jones Futuro (EUA), -0,09%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,05%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,13%
Ásia
A maioria dos mercados asiáticos fechou no vermelho, com investidores aguardando uma semana de divulgações de dados econômicos cruciais, incluindo inflação ao consumidor nos Estados Unidos.
O Japão, por sua vez, divulgará seu produto interno bruto (PIB) amanhã. Economistas consultados pela Reuters esperam que a economia cresça 2% no quarto trimestre em comparação com o ano anterior e 0,5% trimestralmente.
No entanto, todas às atenções estarão voltadas para a nomeação do próximo governador do Banco do Japão, que também deve ser anunciada ao parlamento na terça-feira.
No mesmo dia, o governo de Cingapura apresentará seu projeto de orçamento para o ano fiscal de 2023.
Os índices de preços de habitação da China para janeiro devem ser divulgados na quinta-feira.
Shanghai SE (China), +0,72%
Nikkei (Japão), -0,88%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,12%
Kospi (Coreia do Sul), -0,69%
Europa
Os mercados europeus operam com alta, à medida que investidores avaliam as perspectivas econômicas e o potencial para mais aumentos de juros pelo Federal Reserve dos EUA.
Ainda em destaque, o relatório trimestral da Comissão Europeia sinalizou que o pico na inflação na Zona do Euro ficou para trás. Houve um leve corte das projeções das altas de preços para 2023 e 2024, assim como a elevação da projeção de PIB deste ano de 0,3% para 0,9%.
FTSE 100 (Reino Unido), +0,24%
DAX (Alemanha), +0,20%
CAC 40 (França), +0,39%
FTSE MIB (Itália), +0,27%
Commodities
Os preços do petróleo operam em queda nesta segunda-feira, após alta da última sessão, com investidores preocupados com a demanda da commodity, depois do corte na produção russa e manutenções em refinarias na Ásia e nos Estados Unidos.
O petróleo subiu na sexta-feira depois que a Rússia, terceiro maior produtor mundial de petróleo, disse que reduziria a produção de petróleo em março em 500.000 barris por dia (bpd), ou cerca de 5% da produção, em retaliação contra as restrições ocidentais às suas exportações impostas em resposta ao conflito na Ucrânia.
As cotações do minério de ferro na China também recuaram na sessão de hoje.
Petróleo WTI, -1,09%, a US$ 78,84 o barril
Petróleo Brent, -0,97%, a US$ 85,55 o barril
Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve queda de 2,21%, a 841,50 iuanes, o equivalente a US$ 123,28
Bitcoin
Bitcoin, -1,11% a US$ 21.738,11 (em relação à cotação de 24 horas atrás)
2. Agenda
O principal destaque da agenda internacional na semana é o Índice de Preços ao Consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês), a ser divulgado na terça-feira (14). O consenso Refinitiv prevê que o indicador tenha avançado 0,4% em janeiro na comparação com dezembro. Em bases anuais, prevê alta de 6,2%.
Para o núcleo do CPI, o consenso aponta para alta de 0,4%, na comparação mensal, e de 5,5% na anual.
Na quinta-feira (16), sai o Índice de Preços ao Produtor (PPI) na sigla em inglês. A média das projeções do mercado prevê alta mensal de 0,4% e anual de 5,4%.
Além dos índices de inflação, estão previstos mais dois indicadores econômicos. As vendas no varejo e a produção industrial de janeiro serão divulgamos na quarta-feira (15). Para o varejo, o consenso Refinitiv prevê alta mensal de 1,6%. Para a produção industrial, alta de 0,5%.
No Brasil, a agenda de indicadores está esvaziada e, assim como nos últimos dias, o mercado continua atento às discussões sobre possíveis mudanças nas metas de inflação. Assim, o relatório Focus desta segunda-feira (13) merece atenção diferenciada. O boletim semanal com projeções de economistas poderá mostrar pressão adicional sobre expectativas para a inflação, refletindo críticas sobre a autonomia do Banco Central.
Na quinta-feira, o Conselho Monetário Nacional (CMN) vai se reunir e a expectativa é que o encontro antecipe a discussão sobre metais inflacionárias que só deveria ocorrer em junho.
O Banco Central também vai divulgar seu indicador de atividade econômica, o IBC-Br, considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB).
Brasil
8h25: Boletim Focus
10h: Roberto Campos Neto, presidente do BC tem reunião com dirigentes da Febraban e de instituições financeiras (fechado à imprensa)
10h: Fernando Haddad, ministro da Fazenda, fará pronunciamento na reunião do Diretório Nacional do PT
11h: Haddad participa da cerimônia de assinatura dos decretos de recriação do Programa Pró-Catador e do Programa Recicla
15h: Balança comercial semanal
17h: Campos Neto fará gravação de entrevista no Programa Roda Viva, da TV Cultura, em São Paulo, com previsão de ir ao ar a partir das 22h
19h: Haddad participa do ato de aniversário do PT
Japão
20h50: PIB trimestral
3. Noticiário econômico
CMN pode adiantar decisão sobre metas de inflação
Em meio à cruzada do governo de Luiz Inácio Lula da Silva contra a gestão de juros conduzida pelo Banco Central (BC), as atenções se voltam para a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), marcada para a próxima quinta-feira, 16.
O encontro é o primeiro sob o novo governo. A expectativa do mercado é de que seja inserida na pauta a possibilidade de antecipar a definição das metas de inflação – outro alvo de Lula -, esperada para junho. Economistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, dizem que a incerteza tem causado prejuízos às expectativas do mercado e aos ativos do País.
A leitura dos analistas é de que adiar a definição das metas até junho, quando o colegiado tradicionalmente delibera sobre o tema, pode amplificar o desalinhamento das expectativas de inflação vistas no Boletim Focus (que retrata a percepção do mercado) e dificultar ainda mais a queda do juro.
4. Noticiário político
Salário mínimo deve ter novo reajuste no dia 1º maio, diz ministro
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que o salário mínimo, atualmente no valor de R$ 1.302, deve passar por aumento ainda este ano. O último reajuste do piso nacional passou a valer no dia 1º de janeiro. “Nós estamos discutindo a busca de espaço fiscal para mudar o valor do salário mínimo ainda este ano. Se houver espaço fiscal, nós haveremos de anunciar uma mudança para 1º de maio”, afirmou o ministro em entrevista ao programa Brasil em Pauta, que vai ao ar neste domingo (12), na TV Brasil.
Além do novo reajuste, a retomada da Política de Valorização do Salário Mínimo também é uma das prioridades da pasta. De acordo com o ministro, a política mostrou bons resultados nos governos anteriores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando Marinho foi ministro do Trabalho, entre 2005 e 2007.
5. Radar Corporativo
A temporada de balanços segue a todo vapor, com divulgação de resultados de Banco do Brasil (BBAS3), São Martinho (SMTO3), BTG Pactual (BPAC11), Jalles Machado (JALL3), Carrefour (CRFB3) e Vamos (VAMO3).
BTG Pactual (BPAC11)
O BTG Pactual registrou lucro líquido de R$ 1,64 bilhão no quarto trimestre, ligeiramente abaixo dos R$ 1,74 bilhão do ano anterior. O resultado final ficou abaixo do consenso de mercado de R$ 2,27 bilhões, segundo analistas consultados pela Refinitiv.
Cemig (CMIG4)
A Cemig (CMIG4) foi condenada a pagar R$ 653,9 milhões a fundos de pensão em processo arbitral sobre participações na Usina de Santo Antônio.
A provisão para perda em processo já foi registrada e não deve causar impacto adicional no resultados da elétrica.
A companhia ainda diz que está avaliando as medidas cabíveis.
Azul (AZUL4)
Após sobreviver ao pior momento da crise da pandemia e ser a primeira companhia aérea a voltar ao patamar de oferta anterior à Covid-19, a companhia aérea Azul busca renegociar a dívida que acumulou nos últimos anos.
A empresa tem de pagar, em 2023, R$ 3,8 bilhões aos arrendadores de aviões e R$ 700 milhões aos bancos, segundo fontes do mercado.
Do total devido, R$ 3,2 bilhões são referentes ao aluguel anual das aeronaves e R$ 600 milhões ao valor postergado durante a pandemia. Segundo pessoas próximas às conversas, a intenção é fechar um acordo ainda nesta semana.
Fonte: InfoMoney