Os índices futuros de Nova York sobem, enquanto as bolsas da Europa operam em baixa na manhã desta segunda-feira (2), com investidores monitorando o aperto da política monetária, dados de inflação e dados fracos da China.
Os investidores estão olhando para quarta-feira, quando o Comitê Federal de Mercado Aberto emitirá uma declaração sobre a política monetária. A decisão será divulgada às 15h (horário de Brasília), com o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, realizando uma entrevista coletiva às 15h30.
Espera-se que o Fed eleve as taxas de juros em 0,5 ponto percentual na quarta-feira. A questão é até onde deve ir para segurar a inflação descontrolada e se isso desencadeará uma recessão.
Outro indicador econômico importante virá na sexta-feira, quando o relatório de empregos de abril for divulgado.
Já os mercados asiáticos caíram, com dados divulgados no fim de semana mostrando que a atividade das fábricas chinesas se contraiu em abril.
A atividade fabril da China registrou baixa em um ritmo mais acentuado em abril, quando os bloqueios da Covid atingiram a produção industrial, segundo dados divulgados no fim de semana.
Enquanto isso, investidores continuam monitorando a guerra na Ucrânia e suas implicações geopolíticas. Os líderes da União Europeia devem trabalhar em um embargo de petróleo russo esta semana. No fim de semana, as Nações Unidas e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha começaram a evacuar civis da cidade portuária sitiada de Mariupol. Essa operação deve continuar na segunda-feira.
No Brasil, tem o IPC-S e a confiança do empresário FGV (ambos 8:00h), além do importante IBC-Br do Banco Central (9h) e resultado do setor público nacional (9h30), incluindo a relação da dívida com o PIB. O Brasil ainda divulga a balança comercial (15h).
A temporada de balanços continua com a divulgação de resultados de Copasa (CSMG3), Localiza (RENT3), após o fechamento do mercado.
Confira mais destaques:
1. Bolsas Mundiais
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam em alta nesta manhã, após o Nasdaq registrar o pior mês desde 2008, pressionado por taxas crescentes, inflação desenfreada e lucros abaixo do esperado de algumas das maiores empresas de tecnologia.
O S&P 500 registra baixa 13% no acumulado de 2022 até sexta, seu pior declínio nos primeiros quatro meses de um ano desde 1939.
As atenções estão voltadas para a Super Quarta, dia 4, o Fomc elevará o juro americano em 0,5 ponto percentual, para a faixa entre 0,75% a 1%. A decisão está mais do que precificada, mas o futuro é dúvida. Investidores esperam pelo comunicado para saber se o Fed endurecerá ainda mais o aperto. Outra expectativa é para o ritmo da redução do balanço patrimonial, que deve ter início em poucas semanas.
Veja o desempenho dos mercados futuros:
Dow Jones Futuro (EUA), +0,17%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,12%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,25%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam no vermelho, com dados divulgados no fim de semana mostrando que a atividade das fábricas chinesas se contraiu em abril.
O Índice de Gerentes de Compras da manufatura oficial de abril caiu para 47,4, um segundo mês consecutivo de contração após a leitura de março de 49,5, mostraram dados do Departamento Nacional de Estatísticas no sábado.
Uma pesquisa privada também mostrou contração na atividade fabril chinesa, com o PMI de manufatura Caixin/Markit chegando a 46, caindo em relação à leitura do mês anterior de 48,1.
Os mercados em Hong Kong, China continental, Cingapura e Taiwan estão fechados nesta segunda-feira por causa de um feriado.
Shanghai SE (China), fechado por feriado
Nikkei (Japão), -0,11%
Hang Seng Index (Hong Kong), fechado por feriado
Kospi (Coreia do Sul), -0,28%
Europa
Os mercados europeus operam em baixa após dados fracos na China, enquanto investidores monitoram a política monetária, dados de inflação. O FTSE 100 do Reino Unido está fechado para um feriado e os volumes de negociação devem ser impactados.
As vendas no varejo da Alemanha na manhã de segunda-feira mostraram uma queda inesperada em março. O Departamento Federal de Estatística disse que as vendas caíram 0,1% no mês em termos reais.
FTSE 100 (Reino Unido), fechado por feriado
DAX (Alemanha), -1,22%
CAC 40 (França), -1,69%
FTSE MIB (Itália), -1,58%
Commodities
Os preços do petróleo registram uma sessão de baixa entre projeções de redução de demanda com lockdown na China e queda de oferta com expectativa de embargo à Rússia.
Petróleo WTI, -2,82%, a US$ 101,73 o barril
Petróleo Brent, -2,58%, a US$ 104,38 o barril
Bitcoin
Bitcoin, +1,25% a US$ 38.935,19 (em relação à cotação de 24 horas atrás)
2. Agenda
A primeira semana de maio será bastante movimentada, com as decisões de política monetária do Federal Open Market Committee (Fomc) do Federal Reserve e do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil.
No caso do Copom, os economistas esperam que o Banco Central eleve a Selic para 12,75% na próxima reunião, com destaque para a sinalização dos próximos passos do comitê. Apesar da percepção de que o ciclo de aperto se aproxima do fim, não é descartado que o Comitê mantenha a porta aberta para uma alta mais prolongada da taxa básica à medida em que a inflação segue em nível incompatível com a meta.
Já o Fomc deve acelerar o passo de ajuste da política monetária e elevar os juros em 0,5 ponto percentual em meio à persistência da inflação. Além da decisão, os mercados devem acompanhar de perto a coletiva do presidente da instituição, Jerome Powell, após sinalizações mais duras sobre os juros feitas no final do mês passada por ele e que impactaram o mercado.
Brasil
8h: IPC-S semanal
8h: Confiança empresarial
9h: IBC-Br de fevereiro, com projeção Refinitiv de alta mensal de 0,5%
9h30: Resultado primário do setor público consolidado
10h: Boletim Focus
10h: PMI industrial mensal
15h: Balança comercial
EUA
10h45: PMI industrial
11h: Variação de gastos com construção mensal
3. Dia do Trabalhador é marcado por atos pró-Lula e pró-Bolsonaro
No último domingo (1º), feriado do Dia do Trabalhador, manifestantes participaram de atos em favor do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de Lula (PT).
Após polêmica, Lula pediu desculpas a policiais em evento com centrais sindicais em SP, bem como defendeu suas realizações como presidente e criticou Bolsonaro
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro se reuniram na tarde de domingo na Avenida Paulista, em São Paulo, em um ato convocado contra o STF e em defesa do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ). Assim como na manifestação em Brasília, que teve uma rápida participação de Bolsonaro, os manifestantes pediam a demissão dos ministros do STF.
Bolsonaro entrou ao vivo por telão na Avenida Paulista e disse que manifestações são em defesa da “Constituição, família e liberdade”.
STF considera atos contra corte esvaziados e minimizam participação de Bolsonaro
Para ministros do STF, confirmou-se a expectativa de que os atos convocados por bolsonaristas seriam esvaziados neste domingo, informa Bela Megale/Globo. A área de inteligência do STF, que também monitorou as manifestações, já havia sinalizado que a adesão não seria alta e que os protestos deveriam ocorrer “sem sobressaltos”. O presidente Bolsonaro vinha sendo fortemente aconselhado por auxiliares a não participar das manifestações. Ele chegou a comparecer no ato em Brasília, mas não se pronunciou. No evento de São Paulo, fez uma breve participação por vídeo.
Pacheco crítica atos contra STF
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que as manifestações bolsonaristas contra o Supremo Tribunal Federal são ilegítimas, antidemocráticas e desvirtuam a celebração do Dia do Trabalhador.
Servidores do BC retomam greve a partir de amanhã
Os servidores do Banco Central decidiram retomar a greve por tempo indeterminado a partir da próxima terça-feira, 3, após suspensão de 20 de abril a 2 de maio em uma tentativa de avançar nas negociações com a diretoria da autarquia e com o governo.
4. Covid
No último domingo (1), o Brasil registrou 16 mortes e 6.143 casos de covid-19 em 24h, segundo informações do consórcio de veículos de imprensa, às 20h.
A média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 124, alta de 26% em comparação com o patamar de 14 dias antes.
A média móvel de novos casos em sete dias foi de 14.906, o que representa alta de 5% em relação ao patamar de 14 dias antes.
Chegou a 164.029.566 de pessoas totalmente imunizadas contra a Covid no Brasil, o equivalente a 76,35% da população.
O número de pessoas que tomaram ao menos a primeira dose de vacinas atingiu 177.204.720 pessoas, o que representa 82,49% da população.
A dose de reforço foi aplicada em 86.321.010 pessoas, ou 40,18% da população.
5. Radar Corporativo
Copasa (CSMG3), Intelbras (INTB3), Localiza (RENT3), Lojas Quero-Quero (LJQQ3), Marcopolo (POMO4), Neogrid (NGRD3) e Pague Menos (PGMN3) divulgam balanços, todos após o fechamento dos mercados.
Movida (MOVI3)
A Movida (MOVI3) registrou lucro líquido de R$ 258,1 milhões no primeiro trimestre de 2022, alta de 135,7% na comparação anual.
O Ebitda somou R$ 863,1 milhões, avanço de 183,4% em relação ao mesmo período de 2021.
Braskem (BRKM5)
A Braskem informou que as vendas de resinas no mercado brasileiro recuaram 7% em relação ao primeiro trimestre de 2021, para 885 mil toneladas, enquanto avançaram 2% na comparação com o trimestre imediatamente anterior.
Já as exportações de resina somaram 215 mil toneladas entre janeiro e março, avanço de 25% ante o mesmo período do ano passado e queda de 16% ante o trimestre imediatamente anterior.
JBS (JBSS3)
A JBS (JBSS3) anunciou a compra de duas fábricas de alimentos congelados no Oriente Médio, uma na Arábia Saudita e a outra nos Emirados Árabes. A companhia também criou sua própria rede de distribuição com três parceiros locais para levar produtos aos dois países, bem como ao Kuwait.
CPFL (CPFE3)
A CPFL aprovou a distribuição de dividendos no valor de cerca de R$ 3,7 bilhões, equivalentes a R$ 3,242280516 por ação – em duas parcelas iguais. A primeira será paga até 30 de junho e a segunda até 30 de dezembro.
A data exata em que o dinheiro será depositado ainda não foi definida, mas a empresa já avisou que terão direito aos proventos quem estava na base acionária da companhia da última sexta-feira (29).
Bradespar (BRAP4)
A Bradespar (BRAP4) distribuirá R$ 600 milhões em dividendos, sendo o valor por ação ordinária de R$ 1,433324328 e R$ 1,576656761 por ação preferencial, a ser pago em 10 de maio.
Terão direito ao pagamento os acionistas com ações da Bradespar até 29 de abril.
Fonte: InfoMoney