O Ministério de Minas e Energia (MME) reforçou nesta terça-feira, 5, a intenção de aumentar o limite da mistura de etanol anidro na gasolina C de 27% para 30%. A medida, segundo nota da pasta, está condicionada, em um segundo momento, à criação de um grupo de trabalho para “avaliar os impactos desse aumento em motores movidos exclusivamente à gasolina”.
De acordo com o governo, a medida é um dos pontos fundamentais para passar a octanagem da gasolina de 93 para 95 pontos. “Um ponto viria desse aumento de 3% do etanol e outro ponto, do aumento da qualidade do combustível”.
O tema foi apresentado pelo secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME, Pietro Mendes, na 12ª edição do Fórum Nordeste, realizada em Recife (PE). Segundo o secretário, o programa Combustível do Futuro é essencial para a descarbonização da matriz de transporte no País.
“Não existe uma política pública única que vá fazer frente a todo esforço que precisa ser feito para atração de novos investimentos. Precisamos aumentar a oferta de energia renovável, de biocombustível e dar competitividade em relação aos combustíveis fósseis”, disse ele.
O secretário ainda complementou: “Não podemos analisar somente uma política pública de forma isolada, temos que incluir a análise de tributação, o RenovaBio, a mobilidade sustentável de baixo carbono. Também é necessário o incentivo, o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (Reidi), debêntures incentivadas; é de um grande arsenal que nós precisamos, inclusive porque estamos em uma competição global por investimentos”.
O governo vem trabalhando em uma proposta para ser apresentada ao Congresso. O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já havia sinalizado que o governo estuda aumentar o porcentual mínimo e o limite da mistura, o que, segundo ele, pode ser feito de forma gradual.
“O Combustível do Futuro estabelece, ainda, o Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação (ProBioQAV), considerado essencial para a redução de emissões de CO2 pelo setor aéreo, além de abrir um novo mercado à cadeia de produção de etanol”, informou a pasta. “O potencial nacional para a produção do combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) é de 9 bilhões de litros, superior ao consumo do querosene de aviação de origem fóssil, que é de 7 bilhões de litros”.
Está prevista, ainda, a introdução de um mandato de 1% a 3% no âmbito do Programa Nacional do Diesel Verde, medida de fomento ao setor que está associada à produção de SAF, uma vez que as plantas comerciais e matérias-primas são as mesmas. O texto também deve tratar da captura e estocagem de carbono em reservatórios geológicos, que será regulada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Fonte: Agência Estado
Extraído de NovaCana