Quase um terço dos postos de gasolina da França estavam enfrentando dificuldades de abastecimento no domingo, 9, acima dos 21% do dia anterior, disse o gabinete do Ministério da Energia, enquanto as greves em algumas das principais refinarias do país continuam.
A França liberou mais reservas estratégicas e aumentou as importações, disse a ministra da energia, Agnes Pannier-Runacher, em comunicado. “Esses volumes adicionais devem permitir que a situação melhore ao longo do dia na segunda-feira”, complementou.
O governo proibiu a venda e a compra de combustíveis em galões, autorizou excepcionalmente a circulação de caminhões-tanque no domingo e ativou, de maneira temporária, os estoques estratégicos do estado, principalmente nas regiões onde a tensão nos postos é maior.
Além disso, autoridades começaram a requisitar bombas para uso de profissionais de saúde e bombeiros. No norte do país, mais de 30 postos foram reservados para veículos de emergência na quinta-feira, 6.
Nestes locais, policiais verificam a identidade dos motoristas que vão abastecer. Eles devem ser profissionais de saúde, motoristas de ambulância ou de transportes funerários. Para os outros motoristas, a solução é, muitas vezes, cruzar a fronteira para abastecer na Bélgica.
Grevistas
Uma equipe de reportagem da Rádio França Internacional (RFI) foi até uma refinaria da TotalEnergies, no norte da França, conversar com os grevistas. Eles exigem 10% de aumento nos salários, no contexto do aumento da inflação nos últimos meses.
“Vemos que no fim do mês temos cada vez menos dinheiro ou não temos mais. Os gastos aumentaram com energia elétrica, gasolina”, diz David Guillemard, que trabalha há 22 anos na empresa. “Minha esposa trabalha longe de casa e é obrigada a gastar um tanque de gasolina por semana. Encher o tanque hoje ficou muito caro, pagamos mais de € 100 há tempos”.
Os altos lucros da Total e os € 5 bilhões de dividendos repassados aos acionistas da multinacional irritam os trabalhadores. “A Total não é uma pequena padaria que tem que sobreviver em meio à crise. Essa é uma empresa que surfa na crise, que se beneficia da crise, que registra lucros excepcionais, apesar da situação atual. Por isso, acreditamos que os trabalhadores devem receber uma parte disso e manter seus níveis de vida”, diz o sindicalista Alexis Antionoli.
Outra greve também bloqueia duas refinarias da Esso-ExxonMobil na França.
Fonte: NovaCana com informações da RFI e da AFP