O Índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou queda de 0,06% em setembro. No trimestre, a retração foi de 0,64%, indicando queda semelhante para a economia brasileira.
A expectativa consensual era de que o indicador subiria 0,20% no mês de setembro. Em agosto, o índice perdeu 0,81%, em dado revisado contra queda de 0,77% informada anteriormente.
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o indicador subiu 0,32% e, no acumulado em 12 meses, teve alta de 2,50%.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga os dados do PIB no terceiro trimestre em 5 de dezembro.
Economistas já esperavam uma desaceleração da economia brasileira em relação ao primeiro semestre, quando a atividade agrícola demonstrou robustez e o mercado de trabalho seguiu resiliente, assim como o setor de serviços.
A política monetária restritiva, ainda que com início do ciclo de cortes na taxa Selic, segue pesando, assim como um cenário mundial mais adverso, com juros elevados nos Estados Unidos e conflitos no Oriente Médio.
Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, avalia que o IBC-Br está em linha com o desempenho negativo do setor de serviços e com o PMI composto abaixo de 50, decepcionando o consenso de mercado.
O indicador reforça a visão de que o PIB ficou estagnado no trimestre anterior. “Temos uma projeção de queda de 0,2% no PIB do 3T23, vejo algum viés baixista para a projeção. Acredito que agora chega a parte difícil do ciclo, tenho a percepção de que o 4T23 vai ser pior do que o 3T23, adicionando um risco à nossa projeção para o crescimento de 2023. Por enquanto, seguimos com 3%, mas um 2,8% parece provável também”, destaca.
Igor Cadilhac, economista do PicPay, afirma que o resultado teria sido influenciado por variações próximas à estabilidade em quase todos os setores da atividade econômica. “No entanto, de modo geral, o resultado do mês foi homogêneo e negativo, com os números expansionistas concentrados em poucas aberturas”, acredita. Segundo ele, o destaque ficou por conta da “indústria extrativa, o varejo alimentício e os serviços prestados às famílias, setores que vem se beneficiando da exportação de commodities e de um aumento da massa de rendimento, respectivamente”.
Pesquisa Boletim Focus do Banco Central mostra que economistas consultados pela autoridade monetária enxergam alta no crescimento econômico de 2,89% neste ano e de 1,50% em 2024.
Fonte: Investing.com