A fabricante de cosméticos Natura (BVMF:NTCO3) apresentava pior queda do Ibovespa na manhã desta terça-feira, 14, após reportar um prejuízo líquido atribuído aos acionistas controladores de R$ 890,4 milhões no quarto trimestre, revertendo lucro líquido de R$ 695,5 milhões no mesmo período do ano anterior.
Às 10h41 (de Brasília), os papéis despencavam 14%, a R$12,61.
A receita líquida atingiu R$10,389 bilhões, queda de 10,8% na mesma comparação. O Ebitda ajustado de R$1,095 bilhão recuou 29%, conforme análise anual.
Segundo o Itaú BBA, o resultado líquido consolidado veio pior do que o projetado, devido a maiores despesas financeiras e operações descontinuadas.
De acordo com os analistas Thiago Macruz, Maria Clara Infantozzi e Gabriela Moraes, a Natura reportou números fracos, com operações na América Latina como ponto baixo, principalmente a Avon, e pressão na margem Ebitda, diante de piora no quadro inflacionário local, o que afetou a lucratividade.
Por outro lado, a companhia apresentou R$ 1,4 bilhão em geração de caixa no trimestre, com melhor dinâmica de capital de giro e impostos sobre o caixa. Além disso, a Aesop foi destaque em rentabilidade, “recuperando o crescimento da margem EBITDA na alavancagem operacional” e superando as projeções dos analistas em ganhos de eficiência.
O Itaú BBA possui classificação Outperform para as ações, com preço-alvo de R$18.
Na visão da XP Investimentos (BVMF:XPBR31), que também considerou os números fracos, com Ebitda ajustado 20% abaixo das projeções, o destaque positivo ficou com o fluxo de caixa livre. “Além disso, nenhum anúncio quanto a venda da Aesop foi realizado, com a companhia dizendo que continua a analisar alternativas estratégicas para o ativo, o que acreditamos que possa desapontar o mercado”, reforçam os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt.
Já o BTG (BVMF:BPAC11) afirmou que a reviravolta difícil, com resultados fracos no trimestre e alta alavancagem diante de juros altos, torna a análise mais conservadora, mesmo diante de oportunidades.
Os analistas ainda apontam problemas na reformulação das operações Avon, tanto na América Latina quanto no exterior, prevendo um semestre ainda desafiador, de margens pressionadas e receita fraca. Por isso, o BTG mantém classificação neutra, com preço-alvo de R$18.
Fonte: Investing.com