Ibovespa vai aos 118 mil pontos com exterior positivo após payroll mais fraco, Copom e cenário de juros nos EUA

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Ibovespa vai aos 118 mil pontos com exterior positivo após payroll mais fraco, Copom e cenário de juros nos EUA

03/11/2023

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O Ibovespa renovou suas máximas da sessão indo aos 118,3 mil pontos, por volta das 14h10, com ganhos de 2,83%, em sessão de alta generalizada na Bolsa. Apenas um papel do Ibovespa recuava, o de Suzano (SUZB3), influenciado pela desvalorização do dólar.

 

Enquanto isso, todos os demais ativos do principal índice da Bolsa subiam, com destaque às disparadas de Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3), com mais de 10% de alta. Dos índices setoriais, IMOB saltava 5%, ICON +4,9% e o IFNC +4%.

 

Algumas razões estão por trás dessa disparada: ajuste à valorização das bolsas americanas desta quinta-feira, 2 – quando a B3 ficou fechada –, neste caso, como reflexo das falas de Jerome Powell, na quarta, que foram interpretadas como mais suaves (dowish) em relação aos próximos passos do Fed, em relação ao juros.

 

O outro motivo foi a divulgação, nesta manhã, dos dados de emprego nos EUA, o payroll. Os números vieram abaixo do projetado pelo consenso do mercados. A previsão era pela criação de 180 mil vagas e uma taxa de desemprego estabilizada, mas houve a geração de 150 mil vagas de emprego.

 

Isso significa, basicamente, que, com a criação de menos vagas de emprego, a economia dos EUA mostra mais sinais de desaceleração. Dessa forma, a leitura, entre os analistas, é de que ocorra uma menor pressão em relação à inflação, o que amplia a probabilidade de que o aperto monetário (alta de juros) nos EUA possa ter chegado ao seu término.

 

Enquanto isso, no front interno, os investidores se posicionam após o novo corte da Taxa Selic, na quarta-feira, após o fechamento do mercado. Além do corte, a sinalização, por parte do Copom, é de que novas quedas de 0,5 ponto porcentual, nas próximas reuniões, estão contratadas. Por fim, a reforma tributária avança.

 

“A abertura já estava desenhada para ser positiva depois das fortes altas das ADRs (brasileiras) em Nova York ontem. Aí tivemos o ‘payroll’ mais fraco, levando à queda das taxas de juros internacionais e contribuindo para uma segunda pernada de alta”, disse Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, à Reuters.

 

Ibovespa sobe apoiado por exterior

Lá fora, os índices principais índices acionários de Wall Street avançam, dando sequência aos ganhos da véspera. Dow Jones se valoriza 0,76%, S&P 500 cresce 1,06% e Nasdaq sobe 1,34%. O movimento confirma a melhor semana de 2023 para os mercados de NY.

 

Colabora com as altas dos mercados acionários nos EUA a queda dos rendimentos dos Treasuries, com o título de 10 anos recuando 14,1 pontos-base, a 4,525%; do título de 5 anos descendo 15,9 bps, a 4,477%; e o de 2 anos com retorno caindo 11,8 bps, a 4,875%.

 

De acordo com a CME Fed Watch, as apostas na manutenção de juros estáveis na reunião de dezembro subiram. A ferramenta aponta 95,4% de chance de manutenção, com 4,6% ainda prevendo uma alta adicional de 0,25 ponto percentual em 13 dezembro. Não há apostas em altas maiores, nem tampouco em cortes para 2023.

 

Ademais, o dólar seguia trajetória de queda ao longo da sessão, cedendo 1,63%, a R$ 4,89. O DXY, que demonstra a força da divisa perante cesta de moedas, descia 0,88%. Os juros futuros (DIs), por sua vez, operavam em baixa, em sintonia com o comportamento do dólar e dos juros dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos.

 

Já nas commodities, os barris de petróleo, que apresentavam alta durante a manhã, viraram para queda à tarde. O WTI caia 2,72% e o Brent recuava 2,39%.

 

Corte da Selic ajuda Bolsa

O Rabobank estima que o BC reduzirá a taxa para 11,75% até o fim de 2023 e para 9,25%, até o término do ano que vem. “Mas agora acreditamos que há um viés de alta em nossa previsões para o final de 2024, com base no aumento dos riscos fiscais e externos”, escreveram, em relatório.

 

Além do corte da Selic, analistas da Nomos ressaltam ainda que há avanço da pauta econômica. “A Bolsa está andando e o governo tem acelerado algumas medidas que poderão aumentar a arrecadação, mas sem impactar a inflação”, diz a economista e head de investimentos internacionais da Nomos, Bruna Allemann.

 

Apesar dos ruídos provocados em torno da meta fiscal recentemente, ela pondera que o assunto pode não ter mais tanta influência desfavorável no mercado.

 

“Já não estava tão otimista. A fala do presidente Lula de que será difícil zerar a meta fiscal em 2024 só reiterou esse sentimento do mercado. O pessoal segue otimista com a Bolsa”, reforça Bruna.

 

 

Fonte: InfoMoney

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